Controle da drenagem na fonte e sua compatibilização ao plano municipal de saneamento ambiental de Santa Maria
Resumo
A Prefeitura de Santa Maria contratou o Plano Municipal de Saneamento Ambiental de Santa Maria
(PLAMSAB), em relação à drenagem urbana, uma das temáticas do Plano, o Ministério das Cidades estimula a
utilização de práticas de drenagem urbana que incluem tanto as abordagens com técnicas compensatórias, quanto
as abordagens com princípio do desenvolvimento urbano de baixo impacto. Assim, esta pesquisa teve como
objetivo identificar se o (PLAMSAB) incorpora propostas voltadas para o controle do escoamento na fonte e de
que forma elas são abordadas, o estudo foi conduzido em 3 etapas. Inicialmente foi realizada a análise das
medidas de controle do escoamento pluvial propostas no (PLAMSAB), estudando em que nível são atendidos os
preceitos de medidas de controle do escoamento pluvial junto à fonte (MCF). Posteriormente foi verificada a
viabilidade das MCF para o município, considerando as restrições de cada dispositivo e as particularidades da
ocupação urbana e do grupo hidrológico do solo. Para fornecer subsídio para o dimensionamento futuro das
MCF, foi necessário uma etapa intermediaria de determinação de parâmetros hidrológicos de dimensionamento,
tais como, atualização da relação intensidade-duração-frequência (IDF), determinação do valor da vazão
específica de pré-desenvolvimento (Qpd) e do volume de controle (v). Baseado nas definições de controle da
drenagem na fonte, é possível afirmar que nenhuma das propostas do PLAMSAB para a drenagem urbana,
atende aos preceitos de medidas de controle na fonte, a partir das observações realizadas neste estudo é possível
afirmar, a partir dos dados disponíveis, que grande parte do perímetro urbano do município tem potencial para a
utilização de MCF. As propostas apresentadas no PLAMSAB, em relação a drenagem, consistem na construção
de aproximadamente 631 km de redes de drenagem, além da construção de aproximadamente 180.000 m³ de
depósito anti-DSP, sendo essas distribuídas na cobertura dos 20 anos do horizonte de projeto do Plano. Para a
previsão de implantação da rede de microdrenagem, os autores do PLAMSAB adotaram a vazão de 6,9 m³.s-1,
calculado mediante o método racional, com a utilização dos seguintes parâmetros: Coeficiente de escoamento
(C) = 0,6; Área da bacia (A) = 1,5 km²; Tempo de concentração (tc) = duração da chuva (t) = 1,63 horas; Tempo
de retorno (Tr) = 10 anos; Intensidade de chuva (I) = 27,4 mm.h-1, para a obtenção do valor referente à
intensidade de chuva (I), os autores utilizaram o ajuste de extremo Gumbel dos dados registrados pelo INMET
(Instituto Nacional de Meteorologia). Utilizando a equação IDF atualizada neste estudo, e considerando os
mesmos valores de (t) e (Tr) utilizados no PLAMSAB, resulta um valor de (I) = 42,72 mm.h-1, para esta
intensidade, e para os mesmos valores de (C) e (A), resulta uma vazão de 10,69 m³.s-1, valor 56% maior que a
apresentada no PLAMSAB. A potencialidade do município para implantação de MCF ficou evidenciada a partir
dos resultados deste estudo, o uso de práticas de drenagem em pequena escala, disseminados por toda a bacia
hidrográfica a fim de reproduzir ou manter as condições hidrológicas de pré-desenvolvimento se apresenta como
uma alternativa positiva.