Propagação in vitro e ex vitro de louro-pardo (Cordia trichotoma (Vell.) Arrabida ex Steudel)
Resumo
Apesar de o louro-pardo (Cordia trichotoma Vell.) ser uma espécie florestal nativa com elevado potencial
madeireiro, ainda são escassos os estudos que abordam a produção de mudas dessa espécie pela propagação
vegetativa. O objetivo deste trabalho foi avaliar a propagação do louro-pardo pelas técnicas de estaquia e
micropropagação. Para a estaquia foi testada a presença ou ausência de 8000 mg L-1de ácido indolbutírico (AIB)
e dois tipos de estacas (basais e apicais). Aos 40 dias, as estacas foram avaliadas quanto à sobrevivência, o
enraizamento, a presença de calos e de brotos, o número e o comprimento de brotos e o número de folhas. Para o
estabelecimento de plântulas assépticas, sementes de louro-pardo foram tratadas com 2% ou 5% de hipoclorito
de sódio, por 0, 5, 10, 15 ou 20 min. As sementes foram inoculadas em meio de cultura base WPM. Aos 30 dias
foram avaliadas as porcentagens de desinfestação, de contaminação por fungos e/ou bactérias e o tempo médio
de germinação. Para a multiplicação, ápices caulinares foram inoculados em meio de cultura base, acrescido de
0; 0,25; 0,50 ou 0,75 mg L-1 de 6-benzilaminopurina (BAP). Aos 45 dias avaliou-se o comprimento, o número de
folhas e de entrenós dos brotos, as porcentagens de calo e de sobrevivência dos explantes. Na multiplicação,
utilizando microcepas mantidas in vitro, testou-se a adição ou não de 1,5 g L-1 de carvão ativado ao meio de
cultura base na produção de brotos. Aos 30 e 60 dias, referentes ao primeiro e ao segundo corte das microcepas,
foram avaliados o número e o comprimento dos brotos, o número de folhas e de entrenós dos brotos, e o número
de microestacas. No enraizamento in vitro, microestacas foram mantidas em meio de cultura base, acrescido de
1,5 g L-1 de carvão ativado e AIB (1,5 ou 2,0 mg L-1). Aos 45 dias foram avaliadas a presença de raízes e calos, a
porcentagem de sobrevivência e de brotação. Na estaquia, foi observada a formação de brotos nas estacas,
contudo estas não enraizaram. O tipo de estaca e a dose de AIB utilizada não influenciaram no enraizamento ou
na sobrevivência. Na micropropagação foi verificado que a assepsia das sementes com 5% de hipoclorito de
sódio, por 5 min., possibilitou o estabelecimento in vitro de plântulas assépticas. A indução de brotos nos
explantes não foi influenciada pelas diferentes doses de BAP. A presença de carvão ativado no meio de cultura
base favoreceu a formação e o crescimento dos brotos nas microcepas. A utilização de 1,5 ou 2,0 mg L-1 de AIB
não promoveu o enraizamento adventício das microestacas de louro-pardo.