ATER em assentamentos de reforma agrária em Santa Catarina: o conteúdo das orientações técnicas
Abstract
Esta pesquisa tem por objetivo analisar o conteúdo das atividades da ATER, para assentamentos de reforma agrária em Santa Catarina, no período do contrato de fevereiro de 2014 a fevereiro de 2015. Neste âmbito, este estudo procura fazer uma reflexão da atuação extensionista, com base nas diferentes concepções de extensão rural. A pesquisa é do tipo quantitativo e caracteriza-se como um estudo descritivo dos NOs de Abelardo Luz e Calmon. Para tanto, valeu-se do método frequencial, de uma aproximação do método de análise de conteúdo, revisão de literatura, documentos que discutem a ATER nacional e de Santa Catarina e consulta a base de dados do SIATER e do SIGRA. Nesse contexto, os conteúdos analisados foram aqueles de métodos individuais e coletivos de extensão rural que enfocaram os eixos produtivo, social e ambiental. Assim, as visitas e atendimentos de escritório formaram a categoria das atividades individuais, enquanto que as coletivas analisadas foram às reuniões de interesse da coletividade, cursos, dias de campo, unidades demonstrativas e intercâmbios. A partir dos dados da pesquisa, verificou-se que as orientações técnicas, tanto com uso de métodos individuais quanto coletivo, orientaram-se pela dinâmica do sistema produtivo consolidado nas diferentes regiões. Além disto, a pesquisa também confrontou os dados do SIATER (2014) e SIGRA (2014) e verificou que os mesmos convergem, parcialmente. Neste sentido, pode-se inferir que as orientações técnicas vêm sendo construídas em parte com os agricultores. Contudo, no que se referem às equipes técnicas, as mesmas realizaram orientações que avançam para uma concepção participativa de assistência técnica de extensão rural. Outro fator observado é de que o SIGRA vem contribuindo com as equipes técnicas para o planejamento, execução, monitoramento e avaliação das atividades da ATER. Portanto, uma ATER diferenciada da concepção difusionista, passa pela reciprocidade de saberes e diálogo, entre técnicos e agricultores, para que venham a ser agentes de transformação na realidade em que atuam.