Participação do sistema GABAérgico no mecanismo de ação anestésica dos óleos essenciais de Aloysia triphylla e Cymbopogon flexuosus em jundiás (Rhamdia quelen)
Resumo
Este estudo demonstrou as atividades sedativa e anestésica do óleo essencial (OE) de Cymbopogon flexuosus em jundiás (Rhamdia quelen). Os tempos de indução e recuperação relatados para esse OE foram comparados com o OE de Aloysia triphylla devido à semelhança entre os seus principais componentes: α-citral (geranial) e β-citral (neral). Ambos os OEs induziram anestesia nas concentrações de 150 a 300 μL L-1 e sedação a partir de 25 μL L-1. O OE de C. flexuosus induziu mais rapidamente fases iniciais da anestesia, mas não houve diferença significativa para alcançar o estágio de anestesia profunda, além de induzir um tempo de recuperação significativamente mais longo. As relações cooperativas e a modulação do site benzodiazepínico (BDZ) do receptor GABAa como mecanismo de ação de ambos OEs foram testados a partir da adição de diazepam e flumazenil aos experimentos (agonista e antagonista do site BDZ do GABAa, respectivamente). A adição de diazepam (150 μM) potencializou o efeito de ambos os OEs nas concentrações de 25, 150 e 300 μL L-1, sem induzir alteração significativa nos tempos de recuperação anestésica. O flumazenil (10 μM) reverteu a anestesia induzida pelo diazepam, mas não a anestesia induzida pelos OEs nas concentrações de 150 e 300 μL L-1, portanto o OE de C. flexuosus induziu sedação e anestesia efetivas sem mortalidade a curto prazo e a modulação do site BDZ do GABAa como mecanismo de ação anestésica de ambos OEs não ficou demonstrada neste estudo.