Indicadores financeiros determinísticos do confinamento de bovinos no RS
Abstract
O objetivo deste estudo foi avaliar a viabilidade econômica da terminação em confinamento de
novilhos superjovens e jovens, por meio do uso de indicadores financeiros avaliados em conjunto,
visando facilitar a tomada de decisão. Foram utilizados dados de dissertações, teses e artigos
científicos, realizados no Laboratório de Bovinocultura de Corte da UFSM. Foram coletados os dados
de período de permanência em confinamento, ganho médio diário, conversão alimentar, peso inicial,
de abate e da carcaça fria, e espessura de gordura subcutânea. Após a coleta os dados foram tabulados
e calculadas as médias com auxílio de planilha eletrônica, para que fosse possível simular um cenário
de confinamento, onde os animais superjovens permaneceriam em confinamento por 151 dias e os
jovens por 75 dias. Foram calculadas as dietas de acordo com as necessidades nutricionais e conversão
alimentar observada nos trabalhos coletados, e a partir dos dados de peso de carcaça fria e espessura
de gordura subcutânea as categorias foram encaixadas em categorias de bonificação, sendo que os
superjovens receberam 7% sobre o preço pago pelo animal gordo e os jovens receberam 8%. Para a
estimação dos custos de produção e dos indicadores econômicos foi utilizado o método determinístico,
assumindo valores fixos (conhecidos) para os componentes dos custos e indicadores econômicos. Os
maiores custos de execução foram a compra do animal magro e alimentação (volumoso +
concentrado). A compra do animal magro representou 73,26% dos custos variáveis para a categoria
jovem, já para a superjovem este item representou 48,33%, esta diminuição ocorreu devido ao
aumento da participação relativa dos custos com alimentação desta última categoria (24,91% de custos
com volumoso e 21,41% de custos com concentrado). A categoria de abate superjovem apresentou
Lucro negativo (R$ -153,22 animal-1 para os não bonificados e R$ -38,20 animal-1 para os
bonificados). Os jovens apresentaram lucro positivo de R$ 56,16 e 215,59, respectivamente. Dentre os
indicadores econômicos o Valor Presente Líquido (VPL) nos mostra que é possível recuperar o
investimento inicial feito para a categoria jovem, independentemente da bonificação. Para os
superjovens o VPL é negativo, independentemente da bonificação. O Índice Benefício Custo (IBC)
foi de R$ 0,93 para os animais superjovens não bonificados e de R$ 1,00 para os bonificados. Os
animais jovens obtiveram IBC de R$1,04 para os não bonificados e de R$1,14 para os bonificados. O Retorno Adicional sobre o Investimento (ROIA) foi negativo para os superjovens independentemente
da bonificação, já para os jovens este indicador apresentou valores de 1,45% para os não bonificados e
de 4,42% para os bonificados. A Taxa Interna de Retorno (TIR) para os superjovens foi de -2,61%
para os não bonificados e de -0,37 para os bonificados. Para os jovens a TIR foi de 3,76% para os não
bonificados e de 13,01% para os bonificados. O uso destes dois indicadores em conjunto nos mostra
que o abate de animais superjovens está associado ao risco por este valor estar muito próximo da Taxa
Mínima de Atratividade prosposta (0,5965%) e, por fim, o payback descontado apresentou valores
maiores que o tempo de confinamento dos animais para ambas as categorias, indicando que a atividade
é de alto risco.