Sistematização de conhecimento para qualificação de pontas aspersoras para simuladores de chuva
Resumo
Na agricultura, a água atua em todos os processos fisiológicos, bioquímicos e também na regulação térmica das culturas. O excesso de água na forma de chuva gera perdas da produção agrícola, principalmente pelos efeitos da erosão hídrica, pelo escoamento superficial e pela remoção de produtos fitossanitários após a sua aplicação. Neste sentido, são utilizados os simuladores de chuva para realizar experimentos agrícolas simulando as características da chuva natural em ambiente controlado. Os diferentes requisitos para a geração de chuva simulada tornam complexo o projeto de um modelo genérico de simulador de chuva, sendo a fase de seleção da ponta aspersora uma das mais importantes. Desta forma, a seleção é baseada na consulta a catálogos técnicos, recomendações de fabricantes ou adotam em seus projetos modelos de pontas que foram validadas em outras concepções de simuladores de chuva. Com isso, a tese tem como objetivo sistematizar o conhecimento do processo de qualificação de pontas aspersoras para a geração de chuva simulada. A metodologia para realização do projeto foi estruturada em duas etapas: (i) materiais e métodos experimentais, onde foram realizadas em laboratório analises experimentais de três modelos de pontas aspersoras, variando a altura e pressão para analisar o coeficiente de uniformidade da área molhada de 1 m² e 0,36 m². Utilizando um disdrômetro foi determinado o tamanho da gota, intensidade, velocidade de queda e energia cinética das diferentes chuvas simuladas geradas. O conjunto de informações geradas na etapa experimental permitiu identificar informações das entradas, saídas, mecanismos e controles que devem estar presentes no modelo de qualificação. (ii) o processo foi modelado utilizado o IDEF0, que consiste numa representação gráfica de blocos ligados por setas que indicam o fluxo do processo sendo organizados de uma forma clara e sistemática. Com a análise experimental foi verificado que para a área de 1 m², seis combinações foram classificadas com um índice de uniformidade bom ou excelente, já para a área de 0,36 m², onze combinações foram classificadas em excelente ou bom. Os resultados do disdrômetro indicam que a energia cinética das chuvas simuladas geradas pelas três pontas aspersoras não é similar as chuvas naturais para as mesmas intensidades. Com relação ao modelo, com a elaboração da árvore de nós foi definido doze pontos chaves do processo, bem como a definição de quatro níveis de detalhamento do modelo. O modelo é constituído por cinquenta e nove atividades organizadas nos doze nós. Conclui-se que, os melhores índices de uniformidade da área molhada foram obtidos na área de 0,36 m². Verificou-se que, as gotas geradas pelas pontas aspersoras analisadas não reproduzem a energia cinética da chuva natural para a mesma intensidade. O modelo desenvolvido representa o processo de qualificação de forma clara e sistemática contemplando os aspectos importantes na qualificação de um aspersor para o projeto de simulador de chuva.
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