Prevalência de hipertensão arterial sistêmica na atenção primária à saúde de regiões urbanas de Santa Maria - RS
Abstract
Esse estudo objetiva avaliar a prevalência de pessoas com ou sem diagnóstico médico de hipertensão arterial sistêmica, com pressão arterial alterada, atendidas na atenção primária à saúde das regiões Centro Oeste, Centro Leste e Leste urbanas do município de Santa Maria/RS. Trata-se de um estudo transversal analítico, realizado por meio de uma pesquisa de campo, com abordagem quantitativa. A amostragem foi realizada de maneira aleatória, sistemática e proporcional ao tamanho da população adscrita por região administrativa, dividido por sexo e faixa etária. Os critérios de inclusão foram ser usuário, de ambos os sexos, da atenção primária na zona urbana do município; ter de 20 a 79 anos de idade. A coleta de dados foi realizada por meio de uma entrevista semiestruturada. Foram aferidos pressão arterial, peso, altura, circunferências da cintura, do quadril e abdominal, além das taxas de colesterol total e frações, glicemia e triglicerídeos. O risco cardiovascular foi estratificado com a Escala de Risco de Framingham. As análises foram realizadas no software Statistical Package for Social Sciences versão 17.0. As questões éticas respeitaram a Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde. Participaram da pesquisa 154 pessoas (78 homens e 76 mulheres) com média de idade de 44 anos. A maioria da população declarou-se de etnia branca, solteiros, católicos, sem instrução ou ensino fundamental incompleto, inseridos no mercado de trabalho, residindo entre três e quatro pessoas, renda per capita com menos de um salário mínimo, casa própria, de alvenaria, água tratada e rede coletora de esgoto. 57,1% afirmou não ingerir bebidas alcoólicas, 85,1% não ser fumantes ativos, 57,8% não fumantes passivos e 52,6% não praticar atividade física. 31,2% das pessoas afirmaram tratamento antidepressivo e 55,2% consideram-se estressadas. 37,01% das pessoas encontram-se com sobrepeso, 76,31% das mulheres com obesidade central. A modificação do estilo de vida inadequado faz parte do tratamento não medicamentoso da hipertensão e do controle dos níveis de pressão arterial. Portanto, a mudança de hábitos revela-se importante já que 33,77% das pessoas relataram hipertensão, porém 51,95% estavam com os níveis pressóricos alterados no momento da pesquisa. Essa alteração foi observada em 53,33% das pessoas de 30 a 39 anos. A pressão arterial alterada foi frequente em homens após os 30 anos e em mulheres após 50 anos de idade. Além disso, evento cardiovascular familiar prematuro, dislipidemia, doença renal familiar, diabete mellitus e doença vascular periférica foram os indicadores de risco mais associados ao baixo, médio e alto risco. 33,77% foi estratificado com alto risco, 30,52% com baixo e 3,9% intermediário. 16,13% das pessoas com baixo risco possuem alterações na glicemia e 83,33% com médio alteração no HDL-c. A estratificação de risco foi efetiva revelando a necessidade urgente na adoção de medidas preventivas eficazes e do rastreamento precoce dos níveis pressóricos. Portanto, essa pesquisa colabora para o avanço científico permitindo o planejamento de ações em saúde para uma prática de cuidado integral e coerente no que se refere às necessidades da população.
Collections
The following license files are associated with this item: