A finalização em aquarela dos livros iluminados de William Blake: por uma metodologia de análise da arte compósita
Abstract
Esta dissertação investiga o processo de criação dos livros iluminados de William Blake e seus efeitos interpretativos. Seu principal objetivo é a análise da finalização em aquarela dos livros deste artista que produzia sua obra por um método misto que integrava gravação com ácidos em chapas de cobre, impressão tradicional em papel linho e finalização em aquarela. A fim de descrever as experimentações que observamos na técnica de impressão e na aplicação da cor em cada cópia do livro iluminado, o primeiro capítulo procura responder a pergunta: O que é cor? Na primeira seção deste capítulo, apresentaremos a história da cor e o problema das cópias dos livros iluminados com diferentes finalizações de cor. A pergunta que norteia a seção seguinte é: Qual a técnica de Blake? Explicaremos a técnica de Blake no que se refere a placa de cobre, à gravação com ácidos e ao método de impressão. No segundo capítulo, abordaremos a técnica da aquarela no contexto do século XVIII e XIX, onde Blake estava inserido, e como este tipo de pintura era utilizada por Blake, analisando cópias dos livros iluminados e seus efeitos interpretativos. Após esta contextualização, no terceiro capítulo interpretaremos as cores. Nosso objeto de estudo são as cores: vermelho, azul e amarelo. Tais cores foram muito utilizadas por Blake. Assim, nas seções seguintes, abordaremos as cores explicando a diferença da impressão em cores. Nele vamos descrever uma análise metodológica contrastando cópias de diferentes períodos. A segunda seção do capítulo tratará da cor vermelha e seu significado na obra de Blake. Foi utilizada uma metodologia de análise contrastando duas cópias de livros iluminados de diferentes períodos, abordando o ponto de vista conceitual da referida cor. O capítulo estuda, em seguida, as cores azul e amarela. Trataremos de ambas as cores nas seções seguintes, na qual observaremos o efeito de cada uma dessas cores, bem como suas imagens e os detalhes visuais que compõem cada uma das lâminas a serem analisadas. Na obra de William Blake a cor faz todo sentido, ela representa sentimentos e sensações que se misturam no contexto místico e profético exacerbado por seu gênio poético, somos levados ao mundo do imaginário de cores. Com seu poder criativo este artista singular mostra em sua obra um estilo único que reflete a variedade da vida e imprime novas combinações. Como embasamento crítico e teórico, utilizaremos textos de autores que problematizam a relação entre texto e imagem no contexto da arte de Blake, como os trabalhos de Michael Phillips, Joseph Viscomi, Robert Essick, Manuel Portela, Enéias Tavares entre outros críticos, além de estudos sobre a cor, como os de Joyce Towsend, Roy Osborne, Jaqueline Lichtenstein, Sergio Garcia e Goethe.
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