Estudo de concretos com pozolanas submetidos à carbonatação em ensaios acelerado e natural monitorado por 20 anos
Resumo
A carbonatação, uma reação química potencialmente agressiva ao concreto, é um processo lento e de difícil detecção em curto prazo por meio de ensaios acelerados, para projeção em longo prazo. Neste trabalho estudou-se concretos com cinza volante (CV) e cinza de casca de arroz (CCA) em substituição à 25% do cimento Portland em traços binários e 10% de CV+15% de CCA em traços ternários submetidos à carbonatação em ambiente interno por vinte anos e comparou-se com traços reconstituídos sob carbonatação acelerada com 3% de CO2 por 20 semanas. As análises microestruturais e químicas mostraram, na maioria dos traços, similaridades entre os dois processos tanto na profundidade carbonatada, quanto na influência da carbonatação na porosidade, através da redistribuição dos diâmetros dos poros, e na composição química dos concretos, pela decomposição da portlandita na camada carbonatada (CS) do material. Constatou-se que a carbonatação consumiu toda a Portlandita da CS dos concretos com pozolanas sob processo natural e dos traços binários submetidos ao processo acelerado. Ensaios de porosimetria mostraram que, com exceção dos traços ternários, a carbonatação reduziu o volume total de poros dos concretos. Os dados colhidos nas duas modalidades de ensaios foram utilizados no desenvolvimento de um método de cálculo, de fácil execução, para prever a profundidade carbonatada do concreto em longo prazo e determinar o coeficiente de carbonatação do material. Foi observado que a adição de pozolanas ao concreto nos teores testados é viável para uma relação água/materiais cimentícios de 0,45 no prazo estudado, sem grande prejuízo no que diz respeito ao desempenho do material frente à carbonatação.
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