Reação de cultivares de soja e utilização de Trichoderma spp. para o manejo integrado de Meloidogyne javanica
Resumo
A soja é considerada a cultura mais importante economicamente no Brasil, porém a sua produtividade pode ser diminuída devido a patógenos e pragas, caso não seja realizado um controle destes. Os fitonematoides são responsáveis por parte dessa diminuição. Dentre os nematoides do gênero Meloidogyne, o Meloidogyne javanica é o mais preocupante por sua grande quantidade de hospedeiros e sua ampla distribuição geográfica. Para diminuir o uso do controle químico, para mitigar danos ao meio ambiente, têm se optado por controles alternativos. O manejo integrado é o conjunto de controles, em que o controle biológico, controle genético, controle físico e controle cultural auxiliam na redução do uso de controle químico, porém com mesma eficiência. Neste trabalho objetivou-se avaliar diferentes genótipos de soja quanto a sua reação à M. javanica, e avaliar se isolados de Trichoderma, oriundos de diferentes regiões do Brasil, podem controlar M. javanica. A obtenção dos inóculos foi a partir de plantas de soja e re-inoculados em tomate para proliferação. Para o teste de reação, foi testado 37 cultivares de soja, que foram inoculados para cada planta 5.000 ovos + juvenis de segundo estágio (J2), com seis repetições cada, também contendo tratamento controle. O experimento foi avaliado 60 dias após a inoculação, realizando a pesagem das raízes, e contando o número de galhas e número de nematoides por grama de raíz para o cálculo do fator de reprodução. Para os testes in vitro de parasitismo e de mortalidade e inibição da eclosão de J2, foi obtido 40 isolados de Trichoderma (4 isolados do Centro-Oeste, 7 isolados do Sudeste e 29 isolados do Sul). A seguir, foi realizada uma suspensão de nematoides e individualmente separados 50 ovos + J2 e passados para poços individuais da placa de Elisa, e pipetado em cada poço uma solução de esporos de cada isolado para o teste de parasitismo e uma solução de filtrados fúngicos de cada isolado para o teste de mortalidade e inibição da eclosão de J2. Após 15 dias a aplicação o parasitismo, 48 horas após a aplicação foi avaliada a mortalidade e 21 dias após a aplicação foi avaliada a inibição da eclosão dos J2. Todas cultivares obtiveram fator de reprodução maior que 1, que caracteriza susceptibilidade à M. javanica. Os resultados dos testes in vitro, obteve-se valores acima de 85,50% de parasitismo, 65,30% de mortalidade de J2 e 66,00% da inibição da eclosão de J2. Conclui-se que o manejo o uso de Trichoderma e cultivar menos suscetível, como a FPS ATALANTA com FR=1,2, podem auxiliar no manejo do M. javanica à campo.
Coleções
Os arquivos de licença a seguir estão associados a este item: