Educação patrimonial: novos rumos da conscientização acerca do patrimônio vivo por meio da terapia ocupacional
Resumo
Fazendo uma breve revisão histórica, desde os primórdios, passando da história da loucura aos feitos revolucionários desenvolvidos pela renomada psiquiatra alagoana Dra. Nise da Silveira no século XX, no campo da saúde mental, arte e cultura, chega-se à reflexão proposta por este trabalho, que é a humanização no tratamento aos usuários dos serviços de saúde mental. Essa pesquisa observou que na atualidade ainda existem modos de tratamento e de pensamento diferentes e, sob certos aspectos, indiferentes aos métodos “niserianos”, embora o advento da reforma psiquiátrica, em 2001, tenha preconizado o tratamento mais humanizado em saúde mental. Tendo em vista que diversas possibilidades de trabalho, com arte e cultura, foram implantadas por Dra. Nise da Silveira nos ateliês de terapia ocupacional e sempre estiveram muito próximas das definições sobre o que é patrimônio cultural, nas suas vertentes material e imaterial. Objetivo geral: Pensar acerca do patrimônio vivo, no que tange aos trabalhos desenvolvidos nas oficinas expressivas em terapia ocupacional, junto aos usuários nos serviços de saúde mental. Objetivo específico: Promover a sensibilização dos terapeutas ocupacionais e demais trabalhadores de saúde mental, para a importância da valorização da memória e da identidade contida nas produções dos usuários. Metodologia: O percurso investigativo desta pesquisa se deu a partir da utilização do método de pesquisa-ação que segundo Thiollent (2005, p.16) “é um tipo de pesquisa social que é realizada a partir do desejo de resolução de problemas coletivos, no qual o pesquisador e os participantes estão envolvidos na realidade a ser investigada”. Resultado: Elaboração de um guia adaptado, a partir da metodologia de Educação Patrimonial, realizado em cinco etapas, para ser utilizado pelos terapeutas ocupacionais, como um instrumento facilitador da transição dos papéis sócio ocupacionais do usuário em saúde mental, convocando os terapeutas ocupacionais a mediarem à saída dos usuários da condição de “loucos”, avançando rumo ao reconhecimento como “patrimônio vivo”. Considerações finais: Compreendeu-se que o conhecimento sobre a saúde mental e o patrimônio cultural, em relação interdisciplinar com outros campos, não se encerra com essa pesquisa, mas apenas começa. Ainda há muito por fazer em benefício da qualidade de vida do ser humano a partir da valorização do patrimônio cultural criado por ele, mesmo em “estado diferenciado de ser”.
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