Efetividade da equoterapia no enfrentamento de problemas de comportamento em crianças
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Data
2020-05-28Primeiro coorientador
Durgante, Helen Bedinoto
Primeiro membro da banca
Dellaglio, Débora Dalbosco
Segundo membro da banca
Patias , Naiana Dapieve
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A presente pesquisa teve como objetivo investigar os efeitos de uma intervenção em equoterapia junto a crianças com problemas de comportamento por meio de um estudo clínico randomizado com grupo controle. A amostra do estudo foi composta por 28 crianças (masculino=14; feminino=14) de 6 a 9 anos (M=7,68, DP=1,02) do Sul do Brasil, sendo 15 (masculino=8) no grupo intervenção (M=7,67 anos, DP=1,17) e 13 (masculino=6) no grupo controle de lista de espera (M=7,69 anos, DP=0,85), 28 responsáveis (n=26 pais/mães e n=2 avós) e 22 professores. As crianças apresentaram problemas comportamentais identificados no teste SDQ na visão dos professores. O estudo atendeu aos preceitos éticos em pesquisa com seres humanos, sendo aprovada no Comitê de Ética em pesquisa com seres humanos da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Os instrumentos utilizados para coleta dos dados foram: entrevistas semiestruturadas contendo dados sociodemográficos, questões sobre o comportamento e habilidades sociais das crianças, Questionário de Capacidades e Dificuldades - SDQ, Inventário de Habilidades Sociais, Problemas de Comportamento e Competência Acadêmica para crianças - SSRS, Roteiro de Entrevista de Habilidades Sociais Educativas Parentais - RE-HSEP, Teste de Desempenho Escolar- TDE II e, ainda, uma medida de satisfação. A aplicação dos instrumentos ocorreu de forma individual com pais e crianças no centro de equoterapia, bem como nas escolas, com horários, previamente, agendados. Os professores responderam aos testes de forma individual e com autopreenchimento no ambiente escolar. As intervenções por meio do cavalo foram realizadas no centro de equoterapia parceiro da pesquisa com periodicidade de uma sessão semanal de forma individual para as 15 crianças do GI com duração de 40 minutos cada, totalizando 16 sessões. Após o término da intervenção, os testes foram aplicados novamente (pós-teste) em ambos os grupos com todos os participantes. Foi realizada análise intragrupo no GI para verificar diferença estatística das seguintes medidas: momentos pré- vs. pós-intervenção, como também entre os grupos (momentos pós-teste do GI versus GC. Foram conduzidas análises com test-t para amostras pareadas e respectivo Wilcoxon para identificação de efeitos pré-pós intervenção no grupo de equoterapia. Foram identificadas diferenças estatisticamente significativas na percepção dos pais para melhora em problemas de comportamento geral, internalizantes e externalizantes, habilidades sociais, e nas subescalas autocontrole, desenvoltura social, total de dificuldades, problemas de conduta, hiperatividade, sintomas emocionais e problemas com colegas das crianças após participação na intervenção. Quanto à percepção dos professores, houve melhora no total de dificuldades e cooperação/afetividade das crianças. Também foram constatados melhores resultados na escrita e aritmética pós-intervenção. Não houve diferenças significativas entre escores basais e pós-intervenção para as demais variáveis avaliadas. O teste Mann-Whitney revelou melhoras no total de dificuldades, problemas de conduta, responsabilidade, escrita e aritmética no grupo de intervenção comparado aos controles pós-intervenção, na percepção dos professores. Após a intervenção foram identificadas melhoras nos resultados das variáveis avaliadas nesta amostra de crianças, reduzindo problemas comportamentais e melhorando habilidades sociais e desempenho escolar. Concluiu-se que as crianças que realizaram equoterapia apresentaram melhoras, evidenciando que a intervenção é promissora. Sugere-se fomentar estudos científicos com rigor metodológicos para fortalecer a equoterapia como tratamento baseado em evidência no campo da Psicologia.
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