Elas passam o pano e enceram o chão, mas são quase da família: emprego doméstico e tipificações nas novelas da Globo entre 2012 e 2018
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Data
2020-01-28Primeiro membro da banca
Jordão, Janaína Vieira de Paula
Segundo membro da banca
Brites, Jurema Gorski
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A presente pesquisa questiona como as empregadas domésticas e seus direitos trabalhistas são representados nas novelas exibidas na Rede Globo entre os anos de 2012 e 2018 e para isto, utiliza a conceituação das tipificações de Raymond Williams (1979). Elencamos como problema de pesquisa as tipificações das empregadas domésticas e as pautas acionadas sobre o trabalho doméstico nas telenovelas da Rede Globo entre 2012 e 2018, a partir da sua ancoragem na cultura vivida. Como objetivo geral buscamos interseccionar a cultura vivida e a registrada, para, a partir disto, identificar os tipos referentes às empregadas domésticas presentes nas produções analisadas e as principais pautas abordadas nas tramas. Como objetivos específicos, pretendemos: contextualizar sobre o emprego doméstico no Brasil por meio da cultura vivida, desde seu surgimento até a atualidade, relacionando com questões de gênero e raça; verificar de que forma os direitos das empregadas domésticas são acionados e/ou silenciados dentro das tramas; e identificar as tipificações das empregadas domésticas. Para isso, optamos pela elaboração de um percurso metodológico próprio, tendo como base a perspectiva dos Estudos Culturais, elencando duas instâncias de análise, sendo a primeira a cultura vivida e a segunda a cultura registrada Williams (1979). O instrumento analítico utilizado foi a análise textual de Cassetti e Chio (1999). Identificamos que durante o ano de 2012, as novelas atuavam como uma forma educativa e em vários momentos questionavam sobre os benefícios que a PEC traria tanto para empregadas quanto para os patrões. Ressaltamos que estes assuntos ganhavam destaque na trama a partir de inquietações sobre a falta e/ou retirada dos direitos trabalhistas. Porém, nos últimos anos analisados, principalmente referindo-se à novela “Segundo Sol” o emprego doméstico era comparado à escravidão, mas ainda assim o utilizava para questionar sobre os referidos direitos. O segundo questionamento de nosso problema referia-se às tipificações das empregadas domésticas e percebemos que elas foram construídas a partir de três tipificações: batalhadora adoradora e cinderela. A primeira tipologia identificada é baseada em um discurso puramente meritocrata, centrando na personagem os modos de ascender de classe social e/ou sustentar sua família; a segunda, não almejava outro tipo de emprego em suas vidas e todas sentia-se confortáveis em sua situação como trabalhadoras domésticas; já a terceira, é entendida a partir de características estereotipadas do papel de mulher e desta profissão.
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