A experiência da conjugalidade em casais sem filhos por opção
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Data
2022-06-24Primeiro membro da banca
Schmidt, Beatriz
Segundo membro da banca
Smeha, Luciane Najar
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Uma das escolhas mais importantes na vida de um ser humano é a decisão por ter filhos.
Essa é uma preocupação bastante fundamentada, visto que implica em muitas mudanças
na vida daqueles que assumem a parentalidade, assim como para a dinâmica conjugal.
Identifica-se um aumento no número de casais que intencionalmente escolhem não ter
filhos, considerado um fenômeno contemporâneo, ligado, entre outros fatores, à inserção
da mulher no mercado de trabalho, à revolução sexual advinda dos métodos
contraceptivos e ao investimento na carreira profissional. Tal decisão, contudo, exige do
casal um reposicionamento em relação ao investimento no relacionamento amoroso, nas
individualidades, na carreira profissional, nas conquistas financeiras, entre outros, além
de lidar com uma possível estigmatização, preconceito ou pressão social. Deste modo,
identifica-se uma conjugalidade dissociada da experiência parental e da continuidade
geracional. Tendo em vista o exposto, o presente estudo refere-se a uma pesquisa
qualitativa, descritivo-exploratória, que objetivou compreender a experiência de casais
sem filhos por opção acerca da conjugalidade e as motivações e desejos da escolha.
Participaram do estudo dez casais sem filhos e que não tinham filhos de outros
relacionamentos e nem haviam realizado tratamento para engravidar. O número de
participantes respeitou o critério de amostragem por saturação teórica. Como
instrumentos, foram utilizados um Questionário de Dados Sociodemográficos e uma
Entrevista sobre a Conjugalidade, organizada e aplicada de forma semiestruturada, tendo
sido os dados analisados por meio da Análise de Conteúdo. Os resultados do estudo foram
apresentados e discutidos por meio de dois artigos: “Satisfação, coesão e compromisso:
percepções da conjugalidade em casais sem filhos por opção”; e “Experiências de casais
sem filhos por opção: motivações e desejos”. Constatou-se que para os casais, nunca
houve motivo para ter filhos, o desejo e a escolha nunca fizeram parte de suas vidas. Sobre
a experiência conjugal, de forma ampla, os casais referiram altos níveis de satisfação
conjugal e compromisso, resultando em um incremento da coesão entre os parceiros. Os
resultados demostram uma percepção por parte dos casais de qualidade e igualdade no
relacionamento, investimento em lazer, liberdade, e na vida profissional. No que tange às
expectativas sociais, embora a escolha por não ter filhos tenha sido retratada como mais
aceita socialmente, os casais ainda indicaram o preconceito e estigma relacionados à
escolha.
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