Patrimônio cultural negro de Santa Maria: uma proposta de roteiro turístico na região central do Rio Grande do Sul
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Data
2022-05-05Primeiro membro da banca
Santos, Julio Ricardo Quevedo dos
Segundo membro da banca
Martins, Mayara Roberta
Metadata
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Visitar lugares turísticos despertam diferentes emoções nos viajantes, além da
experiência, conhecimento e proporcionam trocas culturais. No Brasil essa prática é
ainda mais propicia, devido à diversidade étnica encontrada aqui. A herança deixada
por essas gerações, representada por meio dos patrimônios culturais, apresenta um
perfil único, histórico, transmitida através de diferentes línguas, sotaques, etnias,
crenças, costumes, entre outras manifestações culturais e artísticas. A visitação
turística com a finalidade de conhecer esses comportamentos é denominada Turismo
Cultural. Esse segmento que engloba outros tipos de turismo, entre eles o turismo
étnico, sendo um dos principais temas desse estudo, analisado sob o contexto do
município de Santa Maria, situado na região central do Rio Grande do Sul. Designada
como “cidade cultura”, “cidade universitária”, e que carrega consigo raízes históricas
ligadas à ferrovia e aos militares, Santa Maria desenvolve roteiros turísticos de
diversas matizes, exceto à cultura negra local. Por essa razão, o presente estudo tem
como objetivo desmitificar uma visão unilateral da história de Santa Maria e ressaltar
a importância que os negros tiveram na formação da cidade, uma vez que ela possui
uma expressiva e pujante comunidade afro. O objetivo geral é compreender, baseado
na identificação dos patrimônios culturais que possuem relação com a cultura negra,
a participação desses no desenvolvimento da cidade e seus aspectos históricos. A
investigação tem como eixo central quatro categorias: cultural, social, esportivo e
religioso. Com relação aos objetivos específicos buscou-se evidenciar um outro lado
da história de Santa Maria, propor discussões acerca de temas como cultura negra,
memória, história e turismo santa-mariense, bem como elaborar um novo roteiro
turístico. A metodologia é classificada como exploratória de caráter qualitativo e
histórico, composta por pesquisa bibliográfica, documental e entrevista
semiestruturada. Entre vários autores utilizados na revisão de literatura destaca-se
clássicos como Bahl (2004 e 2005), Guillaume (1980), Hall (2006 e 2003), Halbwachs
(1990), Ortiz (1985) e Choay (2006), obras regionais de Belém (2000), Flôres (2007),
Grigio (2016), Rechia (1999), e bibliografias tradicionais de Gil (2002), IPHAN (2020)
e Unesco (2020). Como produto final, construiu-se duas propostas de roteiro turístico
com base nos patrimônios culturais materiais e imateriais identificados. Por fim, a
pesquisa confirmou a existência de diversas organizações negras e dois clubes de
futebol principalmente no século XIX e XX. Muitas delas não existem mais e poucas
ainda resistem ao tempo e ações humanas. No entanto, o que permanece vivo são os
bens de natureza imaterial.
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