Atividade da lactato desidrogenase como método para classificação e identificação de efusões neoplásicas em líquidos pleurais e peritoneais de cães e gatos
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Data
2022-08-12Primeiro membro da banca
Bueno, Andressa
Segundo membro da banca
Dornelles, Guilherme Lopes
Metadata
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A análise de efusões cavitárias é de extrema importância para o melhor direcionamento clínico. Estudos anteriores apresentaram bons resultados com a mensuração da atividade da lactato desidrogenase (LDH) na classificação de efusões de humanos e animais, além de demonstrarem seu uso no diagnóstico dos pacientes com câncer. Diante disso, esse estudo teve como objetivo avaliar a atividade da LDH e concentração de proteínas totais (PT) séricas e nas efusões pleurais e peritoneais de cães e gatos atendidos no Hospital Veterinário Universitário (HVU) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) com o intuito de demonstrar seu uso na classificação das efusões e investigar a atividade da LDH para diagnóstico de neoplasias. Para isso, 67 amostras de efusões foram analisadas, junto às amostras de soro dos pacientes, quanto à atividade da LDH e concentração de PT. As efusões foram organizadas nos grupos GI (transudato de baixa proteína), GII (transudato de alta proteína) e GIII (exsudato) conforme a classificação convencional e, simultaneamente, distribuídas nos grupos GPN (etiopatogenia possivelmente neoplásica) e GAN (formação de efusão não neoplásica) sem discriminação de espécie. Foram observadas diferenças nas concentrações de PT e atividade de LDH na efusão e relações LDH efusão/LDH sérica (RLDH) e PT efusão/PT sérica (RPT) entre os três grupos de cães e quando comparados os grupos GI/GII e GI/GIII. Os grupos GII/GIII somente diferiram quando considerados os parâmetros atividade de LDH na efusão e RLDH. Efusões possivelmente causadas por neoplasias apresentaram valores superiores de atividade da LDH na efusão quando comparadas às efusões não neoplásicas. Ainda, as amostras foram organizadas em grupos conforme o mecanismo atribuído pelos clínicos como causa da efusão: APH (aumento da pressão hidrostática), DPO (diminuição da pressão oncótica), HEM (hemorragia), SEP (infecção bacteriana), NEO (neoplasia) e NS (neoplasia associada à infecção bacteriana). Considerando a etiopatogenia das efusões de cães e gatos, foram observadas diferenças entre os grupos para PT sérica, PT efusão, LDH efusão, RPT e RLDH. Para os parâmetros atividade de LDH na efusão e RPT, verificou-se discrepância entre os grupos DPO/NEO, DPO/SEP, DPO/NS, APH/SEP e DPO/HEM. Da mesma forma, foi identificada disparidade entre DPO/SEP, DPO/NS e APH/SEP nos valores de RLDH, e entre DPO/NEO, DPO/SEP e DPO/HEM nas concentrações de PT do líquido cavitário. Com base no diagnóstico clínico, os critérios de Light utilizados para classificação de fluídos cavitários de humanos demonstraram maior sensibilidade na determinação de transudatos e exsudatos, e maior espeficifidade para identificar transudatos, quando comparado à classificação convencional. Apesar do baixo número de amostras envolvidas, este estudo corrobora a correlação das análises bioquímicas testadas com a classificação convencional proposta para cães. As diferenças observadas entre grupos conforme o mecanismo de formação do líquido cavitário impulsionam a hipótese de que essas análises podem ser eficazes para classificação das efusões de cães e gatos. Com os resultados obtidos, pode-se propor a utilização da atividade de LDH nas efusões como exame complementar no diagnóstico de neoplasias cavitárias, principalmente nos casos em que a análise citológica do líquido cavitário é inconclusiva, proporcionando a abordagem clínica imediata do paciente.
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