Impacto da pandemia de Covid-19 no autorrelato de bruxismo do sono em adolescentes de Santa Maria-RS
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Data
2022-08-25Primeiro membro da banca
Casagrande, Luciano
Segundo membro da banca
Marquezan, Mariana
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Mostrar registro completoResumo
A pandemia da COVID-19 trouxe muitas mudanças na rotina e nos hábitos de vida e de saúde,
principalmente de crianças e adolescentes. A implementação do distanciamento social
provocou mudanças no estilo de vida, causando, em muitas pessoas, alterações psicológicas,
financeiras, emocionais, comportamentais e do sono, como o bruxismo. Estes aspectos podem
trazer prejuízo para a qualidade de vida dos indivíduos. O objetivo desta pesquisa é avaliar o
impacto da pandemia da COVID-19 na ocorrência do autorrelato de Bruxismo do Sono (BS)
em adolescentes, ao longo de um ano e três meses após o início da pandemia da COVID-19.
Participaram desta pesquisa 290 adolescentes entre 11-15 anos que estudam em escolas públicas
e privadas da cidade de Santa Maria - RS, Brasil. Os dados foram coletados em 3 momentos
distintos: antes do início da pandemia de forma presencial (T1), 3 meses (T2) e 1 ano e 3 meses
(T3) após o início da pandemia da COVID-19 por meio de contato telefônico. Os
pais/responsáveis legais e os adolescentes responderam à questionários sobre aspectos
socioeconômicos e psicossociais. A pergunta sobre Bruxismo Autorreferido: “Você range seus
dentes enquanto dorme?” foi respondida pelos adolescentes. Para análise estatística foi utilizado
o programa STATA 14.0 (Stata Corporation, College Station, TX, EUA). Modelos multiníveis,
ajustados, de regressão Logística, para medidas repetidas, com efeito aleatório foram utilizados
para avaliar as mudanças na ocorrência de BS durante T1, T2 e T3. Na análise descritiva,
observou-se um aumento na ocorrência de bruxismo autorrelatado entre os adolescentes de
13%, antes da pandemia da COVID-19, para 22% após 1 ano e 3 meses de seu início. A análise
de Regressão Logística de Poison ajustada não mostrou diferença na chance de apresentar BS
em T2 quando comparado com T1(OR 0,70 95%CI 0,37–1,35). Entretanto, a longo prazo, a
frequência de BS aumentou significativamente em T3, com uma chance 2,6 vezes maior de
apresentar BS quando comparado ao T1 (OR 2,60 95%CI 1,49–4,54). Assim, este estudo
observou um aumento considerável do autorrelato de BS em adolescentes e compreende que
este aumento pode estar associado com as mudanças socioeconômicas e psicossociais causadas
pela pandemia de COVID-19.
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