Papel dos receptores de cininas e seus mediadores inflamatórios e vasodilatadores em células HUVEC e VERO E6 infectadas com SARS-CoV-2
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Data
2022-08-29Primeiro coorientador
Librelotto, Daniele Rubert Nogueira
Primeiro membro da banca
Palma, Taís Vidal
Segundo membro da banca
Lenz, Luana Suéling
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O vírus Severe Acute Respiratory Syndrome Coronavirus 2 (SARS-CoV-2) é o agente etiológico da Coronavirus Disease 2019 (COVID-19), doença responsável pela pandemia que iniciou em 2019, com os primeiros casos, e se estende até os dias de hoje. O SARS-CoV-2 liga sua proteína spike (S) à Enzima Conversora de Angiotensina 2 (ECA2) e a utiliza como receptor de entrada na célula-alvo. Essa enzima está presente na superfície de células de vários órgãos, como pulmões, coração, rins, intestino e células endoteliais. A infecção ativa o sistema imune, liberando citocinas pró-inflamatórias como Interleucina (IL) 6, IL-8, Fator de Necrose Tumoral α (TNF-α), dentre outras. Além disso, o Sistema Calicreína-Cinina (SCC) é desregulado, pois a ECA2 tem participação importante no equilíbrio desse sistema. Ao entrar na célula-hospedeira, o vírus internaliza consigo a ECA2, impossibilitando suas funções enzimáticas no SCC, por esse motivo ocorre a desregulação desse sistema. No SCC, a ECA2 possui a função de inativar cininas que são ligantes do receptor B1 (B1R), receptor expresso em inflamações e que gera efeitos como hipotensão, aumento da permeabilidade vascular e vasodilatação. Tanto a ativação do B1R quanto do receptor B2 de cininas (B2R) geram esses efeitos, podendo levar ao chamado angioedema pulmonar, ou seja, extravasamento de líquido para dentro dos pulmões. Sabe-se que pacientes com COVID-19 grave podem apresentar tais alterações vasculares, especialmente a nível pulmonar. Todas essas evidências, juntamente com a produção exacerbada de citocinas pró-inflamatórias (potencializada pela Bradicinina) podem estar relacionados com a progressão da doença, sequelas permanente e óbitos. Por esse motivo o presente trabalho avaliou o papel do B1R e B2R e seus mediadores inflamatórios e vasodilatadores nas linhagens de células endoteliais humanas HUVEC e linhagens de células epiteliais de rim de macaco VERO E6 infectadas com SARS-CoV-2. Os resultados demonstraram redução da ECA2, que pode confirmar a hipótese de internalização da enzima. Além disso, ocorreu aumento da expressão de B1R e B2R, bem como aumento da produção de BK por células infectadas. Em conformidade, foi relatado aumento de IL-6, produzida na resposta inflamatória da COVID-19 e no estímulo de B2R. O aumento de Óxido Nítrico (ON) também foi demonstrado, o qual pode ser gerado tanto pela infecção quanto pela produção de Bradicinina (BK). Em suma, nossos achados podem ajudar a confirmar o papel da BK na patogênese da COVID-19, colaborando no entendimento dos casos graves da doença.
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