Burnout e percepção do clima ético entre trabalhadores de enfermagem de unidade de terapia intensiva Covid – 19 e a organização do trabalho.
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Data
2022-10-21Primeiro membro da banca
Barlem, Edison Luiz Devos
Segundo membro da banca
Silveira, Rosemary Silva da
Terceiro membro da banca
Andolhe, Rafaela
Quarto membro da banca
Camponogara, Silviamar
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O burnout é uma doença laboral crônica que acomete principalmente pessoas que
trabalham com pessoas, pode estar associada ao clima ético (CE), o qual é constituinte do
clima organizacional do trabalho e aborda a percepção coletiva dos profissionais sobre o
significado e tratamento das questões éticas numa instituição. Este estudo teve por objetivo
analisar a associação entre burnout e clima ético, bem como sua relação com as relações na
organização do trabalho nas unidades de terapia intensiva (UTI) - covid-19 dos hospitais
universitários (HU), na percepção de profissionais de enfermagem e gestores dessas unidades
que atuaram durante a pandemia. Trata-se de um estudo misto realizado em três HU
vinculados à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) do Rio Grande do Sul
(RS), Brasil. A produção de dados foi delineada através de um estudo transversal, com 110
profissionais de enfermagem, no período de dezembro de 2021 a março de 2022, seguida de um
estudo exploratório-descritivo, com seis gestores dessas unidades no período de maio a julho de
2022. No protocolo da pesquisa, a etapa quantitativa foi composta por um questionário com
variáveis sociodemográficas e laborais; o Maslach Burnout Inventury (MBI) versão HSS
(Human Services Survey) e o Hospital Ethical Climate Survey_Versão Brasileira (HECS-VB),
validado para uso no Brasil. Na etapa qualitativa utilizou-se um roteiro de entrevista
semiestruturada como instrumento para extração dos resultados das entrevistas realizadas com
os gestores das UTI covid-19 dos HU. As perguntas utilizadas foram elaboradas conforme as
associações estatísticas significativas (p<0,05) encontradas nas variáveis na etapa
quantitativa. Empregou-se estatística descritiva e analítica na etapa quantitativa e análise
textual discursiva para a parte qualitativa. Na mixagem dos dados quantitativos e qualitativos,
os mesmos foram triangulados para determinação de explicações e convergências. Os
aspectos éticos da pesquisa foram respeitados conforme Resolução 466/12 e 510/16, obtendoseparecer favorável do Comitê de Ética em Pesquisa, com o registro de deferimento:
5.051.793 e CAAE: 30950420.9.0000. Os resultados evidenciaram nos profissionais de
enfermagem uma prevalência de burnout de 10% e conforme dimensões, 30% apresentaram
alta exaustão emocional, 36,4% alta despersonalização e 24,5% baixa realização profissional.
Dentre os participantes, 24,5% perceberam o clima ético como negativo, destacando-se a
exaustão profissional e alterações emocionais e físicas dentre as principais relações da
organização do trabalho, nessas unidades. O burnout esteve associado à percepção do clima
ético pelos trabalhadores de enfermagem, identificando que os que estavam na condição de
burnout apresentavam médias mais baixas para o clima ético. Os que estavam em burnout
avaliaram o clima ético como negativo no fator “médicos”. O burnout apresentou associações
com as variáveis: estado civil; filhos; tempo de enfermagem no HU; setor de atuação na
covid-19; abandonar o emprego e atividades de lazer. Assim, encontram-se entre as principais
relações da organização do trabalho, nos profissionais de enfermagem atuantes nas UTI da
covid-19 dos HU, em relação ao burnout e a percepção do clima ético negativo, algumas
manifestações físicas, tais como: exaustão, cansaço e prostração; emocionais, tais como:
medo, pânico, ansiedade, aflição, nervosismo, estresse, inquietação e desânimo. O estudo teve
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como contribuição para a pesquisa e enfermagem a identificação da associação entre o
burnout e o clima ético no cenário da covid-19 nas UTI da covid-19 dos HU; os resultados
podem favorecer os Diretores dos HU na elaboração de planos educativos que minimizem os
efeitos deletérios do burnout entre os profissionais de enfermagem; bem como promovam
melhores ambientes de trabalho, repercutindo assim na melhoria da qualidade da saúde.
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