Efeito do estresse térmico em leucócitos bovinos durante o reconhecimento materno da gestação
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Data
2022-11-01Primeiro membro da banca
Bridi, Alessandra
Segundo membro da banca
Comim, Fabio Vasconcellos
Terceiro membro da banca
Barreta, Marcos Henrique
Quarto membro da banca
Portela Junior, Valério Valdetar Marques
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O estresse térmico representa uma das maiores causas de perdas produtivas e
reprodutivas em um sistema de produção de leite. O estresse térmico induz a hipertermia, altera
a foliculogênese, reduz a expressão de sinais de estro, causa diminuição da qualidade oocitária
e morte ou desenvolvimento de embriões de baixa qualidade; também induz estresse oxidativo,
que é um precursor do estresse de retículo endoplasmático (RE). Os efeitos do estresse térmico
se tornam ainda mais acentuados nos primeiros dias de vida do embrião, comprometendo a
produção de interferon tau (IFNT), proteína necessária para que ocorra o reconhecimento
materno da gestação. Além do reconhecimento da gestação, o IFNT é responsável por induzir
a expressão de genes estimulados por interferons (ISGs). Estudos demonstraram a expressão de
ISGs em células sanguíneas logo após a sinalização por IFNT no início da gestação em
ruminantes. In vitro, a presença de IFNT estimula a expressão de ISGs em cultivo de células
mononucleares (PBMCs) e polimorfonucleares (PMNs). Além disso, sabe-se que o IFNT
modula o sistema imunológico e durante o reconhecimento materno da gestação recruta células
imunes para o corpo lúteo (CL), demostrando sua ação sistêmica na manutenção da gestação.
Entretanto, o mecanismo pelo qual o IFNT modula a sua expressão sistêmica durante a
ocorrência do estresse térmico em bovinos ainda não é completamente claro. Portanto, nossa
hipótese foi que o estresse térmico altera a via dos interferons (IFNs) tipo 1 e ISGs em leucócitos
de vacas leiteiras durante o período de reconhecimento materno da gestação, altera os genes da
resposta imune inata em vacas leiteiras em fase inicial de gestação de um estado antiinflamatório para um estado pró-inflamatório e induz a ocorrência do estresse oxidativo,
consequentemente estresse de RE e Heat Shock Proteins (HSPs) no sangue periférico de vacas
com gestação inicial. Primeiramente, se investigou o efeito do estresse térmico sob a modulação
da via dos IFNs tipo 1 em leucócitos de vacas gestantes e parâmetros de estresse oxidativo. Os
resultados demonstraram que o estresse térmico em vacas prenhes não apenas prejudica a
expressão de ISGs, mas também interfere na ativação da via dos IFNs tipo 1, impedindo que
ocorra a sinalização correta para o reconhecimento materno da gestação em PMNs. Além disso,
o estresse térmico causa estresse oxidativo em vacas leiteiras. Posteriormente, avaliamos se o
estresse térmico modula a resposta imune em vacas gestantes. Conforme os resultados, o
estresse térmico modifica a expressão de genes anti e pró-inflamatórios em vacas prenhes. Por
fim, verificamos os efeitos do estresse térmico sob os parâmetros de estresse de RE e HSPs
durante o período de reconhecimento materno da gestação em bovinos. Os resultados desse
estudo corroboraram com a hipótese de que o estresse oxidativo causado pelo estresse térmico
desencadeia estresse de RE em PBMCs. A partir dos resultados obtidos foi possível sugerir que
o estresse térmico influencia negativamente na sinalização endócrina em leucócitos bovinos
durante o reconhecimento materno da gestação.
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