Gênero, nacionalismo e revolução: o movimento de libertação curdo
Resumo
O Movimento de Libertação Curdo se reestruturou na Turquia na década de 1970, e em 1978
teve-se a fundação do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que viria a ser o
protagonista da luta de resistência curda. Mesmo com mulheres participando das pautas e do
movimento como um todo, a inserção de pautas sobre gênero e nacionalismo começaram a
se intensificar a partir da década de 1990, com mulheres procurando expor e validar suas
experiências enquanto mulheres e curdas dentro da sociedade. Com a necessidade de buscar
um novo sentido e objetivo à luta curda, em seus anos de prisão, o líder do PKK Abdullah
Ocalan reformulou a base ideológica do partido e formulou o Confederalismo Democrático,
uma forma de autogoverno baseada na democracia direta. Com uma postura crítica às três
principais estruturas da sociedade - o Estado, o Capital e o Patriarcado -, essa nova forma de
governo vê na libertação da mulher a chave para se libertar de todas as formas de opressão.
Com o vácuo de poder deixado pela Guerra da Síria, em curso desde 2011, o Partido da União
Democrática (PYD), partido irmão do PKK, toma posse de Rojava, o Curdistão Sírio. Desde
então, ao tentar buscar uma nova via política na região, Rojava torna-se o palco para a
implementação do Confederalismo Democrático, mesmo com as dificuldades diárias de um
conflito de inúmeras frentes. A pergunta que guia essa pesquisa é: de que forma o
Confederalismo Democrático modificou os papéis das mulheres ao longo do movimento de
autodeterminação curdo em Rojava? Assim, analisar os papéis que as mulheres curdas
desempenharam no movimento de autodeterminação e revolucionário em Rojava é o principal
objetivo deste trabalho. Que será explorada a partir dos objetivos específicos: (I) analisar à
formação do PKK e o desenvolvimento da luta armada até à virada ideológica, e como esta
levou à revolução de Rojava; (II) analisar os preceitos e objetivos do Confederalismo
Democrático, de forma a entender como as mulheres ocupam uma posição central na sua
implementação; e, por fim (III) identificar como os papéis das mulheres curdas se modificaram
ao longo do tempo. Esta pesquisa será qualitativa, com método de abordagem descritivo.
Como método de procedimento optou-se pelo método histórico. Por fim, será utilizada como
técnica de pesquisa a documentação indireta, a partir da pesquisa bibliográfica
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