A imanência como fundamento da Transcendência: a questão do ser em Michel Henry e MartinN Heidegger
Resumo
Michel Henry busca um novo começo fenomenológico para a ontologia a partir de inversão do Ser Heideggeriano, adentrando em um novo e profundo sentido da imanência do ego. Para tanto, afirma que a ontologia Heideggeriana parte de uma concepção indeterminada da manifestação fenomenológica do Ser. O presente estudo descreve as linhas gerais deste projeto e está dividido em três partes. Na primeira parte, partimos de uma apresentação sucinta da fenomenologia de Husserl, descrevendo suas bases fenomenológicas, quais sejam: o método de redução e a descrição dos vividos da intencionalidade da consciência. Com isso queremos adentrar a ontologia de Heidegger, que será descrita na segunda parte do estudo, a partir do método de análise existencial do Dasein. Ainda na segunda parte, apresentamos à crítica de Michel Henry ao primado da transcendência na analítica de Heidegger. O autor francês afirma que o começo Heideggeriano do Ser, antes de começar pelo aparecer do Ser, começa pelo aparecer do ente em seu horizonte transcendente. Tal método, de acordo com Henry, baseia-se em uma indeterminação fenomenológica de base, a qual não nos revela o Ser em seu aparecer, mas em sua manifestação no ente. Na terceira e última parte, central do presente estudo, apresentamos a proposta fenomenológica de Henry para pensar o fundamento da ontologia, a partir então, do aparecer do Ser. Essa apresentação está exposta a partir da leitura que Henry realiza do cogito Cartesiano, o qual revela em sua descoberta o sentido do auto aparecer do Ser; Sem necessidade da mediação do ente. O Ser se mostra no Videor, sentimento originário que o cogito experimenta de modo imediato. Ele, o Videor, é a experiência radical do Ser na imanência radical do ego, e só ele será capaz de doar a possibilidade da manifestação da transcendência. Cumprindo assim, a essência da manifestação. A tese que defendemos, é que na fenomenologia de Michel Henry, a imanência é a essência da transcendência. Ela doa-se sem necessidade de um ente e realiza o horizonte do sentido da fenomenalização da fenomenalidade do fenômeno.
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