Incontinência urinária e autoimagem genital em idosas
Visualizar/ Abrir
Data
2022-12-13Primeiro membro da banca
Pivetta, Hedioneia Maria Foletto
Segundo membro da banca
Martins, Juliana Saibt
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Os novos padrões de vida contribuíram para o aumento da longevidade da população e, com ela, o
aumento da incidência de comorbidades decorrentes do envelhecimento, como as disfunções do
assoalho pélvico. Dentre elas destaca-se a incontinência urinária (IU) cuja presença pode ser
determinante na percepção da autoimagem genital (AIG) em idosas. Considerando a AIG como um
componente significativo do bem-estar físico e mental da mulher, o objetivo desta pesquisa consistiu
em comparar as queixas urinárias em idosas de acordo com a autoimagem genital. Para isto, foi
realizada a análise do banco de dados, já coletados em estudo prévio intitulado “Fatores que
interferem na autoimagem genital de idosas” segundo os objetivos da atual pesquisa. O estudo é do
tipo quantitativo analítico, explicativo e retrospectivo com idosas da cidade de Santa Maria, Rio
Grande do Sul. A presente pesquisa é parte integrante do projeto intitulado "Relação entre dor no
assoalho pélvico, função sexual e autoimagem genital de idosas com e sem fibromialgia” onde a
inclusão de novos objetivos, novos instrumentos bem como o aumento do número da amostra foram
aprovados pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal de Santa Maria. A população foi
constituída por 132 mulheres do Núcleo Integrado de Estudo e Apoio à Terceira Idade (NIEATI) da
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Foram estabelecidos como critérios de inclusão
mulheres com 60 anos ou mais, com queixa autorreferida de IU de qualquer tipo. Foram excluídas, do
presente estudo, idosas com IMC superior a 30Kg/m² e patologias neurológicas ou neurogênicas que
pudessem ser responsáveis pela IU, assim como qualquer patologia genital autorreferida ativa, como
vaginoses ou doenças derivadas do hipoestrogenismo, além de mulheres com informações
incompletas, no banco de dados original. Como instrumentos para coleta de dados foram utilizados o
Miniexame do estado mental (MEEM), a Ficha de Avaliação Adaptada utilizada pelo Laboratório de
Gerontologia (LAGER) da Universidade do Estado de Santa Catarina UDESC (UDESC, 2019), o
questionário Female Genital Self-Image Scale (FGSIS), International Consultation on Incontinence
Questionnaire – Short Form (ICIQ-SF). As idosas foram divididas em dois grupos utilizando escore ≥
21,8 como ponto de corte do FGSIS: mulheres com boa autoimagem genital (grupo 1, n=9) e
mulheres com má autoimagem genital (grupo 2, n=9). Para ambos os grupos, foram comparadas as
seguintes variáveis: ICIQ-SF, número de protetores diários utilizados, frequência e quantidade das
perdas urinárias, além do impacto da IU sobre a qualidade de vida das idosas. Para análise
estatística foi utilizado o Software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 15.0. A
análise dos dados foi realizada através da comparação entre os grupos de idosas. O teste de
normalidade dos dados foi feito pelo teste de Kolmogorov-Smirnov. A comparação de variáveis
paramétricas ocorreu por teste t independente bicaudal; enquanto as variáveis não-paramétricas, por
teste u de Mann Whitney. O teste qui quadrado foi aplicado para comparação de variáveis
categóricas. O nível de significância adotado foi de p≤0,05. Para ambos os grupos foram comparados
o escore do ICIQ-SF, número de protetores utilizados, frequência e quantidade das perdas urinárias,
impacto da IU sobre a qualidade de vida (QV). Não foi observada diferença nas queixas entre os
grupos. Quanto à AIG, conforto e exame apresentaram as menores pontuações, enquanto segurança
e aparência, as maiores médias para ambos os grupos. Embora fosse pequeno o número de
protetores diários utilizados e a quantidade das perdas urinárias semanais. Os achados não
identificaram diferença significativa entre as queixas urinárias das idosas dos grupos estudados.
Apesar das participantes referirem grave impacto da IU na QV, a perda urinária parece não ser a
variável que, isoladamente, importa para a AIG da pessoa idosa.
Os arquivos de licença a seguir estão associados a este item: