O comércio como vetor de integração regional: uma análise da relação bilateral Brasil-Argentina ante a ascensão chinesa no âmbito do Mercosul
Resumo
O passado do relacionamento de Brasil e Argentina foi marcado por momentos conturbados,
no entanto, na contemporaneidade os dois países em questão possuem um relacionamento
importante, como parceiros políticos e comerciais. A partir desse relacionamento, nasce o
Mercado Comum do Sul (Mercosul) em 1991. No contexto de evolução do bloco um novo
player ascende no sistema econômico internacional - a China, que se torna importante sócio
comercial dos países sul-americanos, e passa a influenciar o processo de integração econômica
regional mencionado anteriormente, causando diversos desafios. Tendo isso em vista, o
presente trabalho parte da seguinte pergunta de pesquisa: em que medida a ascensão da China,
como parceira comercial do Brasil e da Argentina, tem impactado na relação comercial bilateral
entre os dois países da América do Sul no contexto do Mercosul? Para respondê-la foi utilizado
método de caráter descritivo, com viés analítico, buscando obter conclusões diante dos
fenômenos observados e descritos, e expor as características do problema por meio de dados
qualitativos e quantitativos - extraídos das bases de dados do Ministério da Economia do Brasil,
do Instituto Nacional de Estadística y Censos da República Argentina, do Sistema de
Estatísticas de Comércio Exterior do Mercosul, do UN Comtrade, do Banco Mundial, Atlas da
complexidade e do UNCTAD. É utilizado o procedimento de estudo de caso e técnica de
pesquisa bibliográfica e documental. Como objetivos específicos têm-se: i) reunir teorias de
integração regional e fazer um histórico do processo de integração do Mercosul, com ênfase na
participação do Brasil e da Argentina; ii) compreender a evolução do comércio entre Brasil e
Argentina, e destes com a China a partir da criação do Mercosul; e iii) analisar os períodos
caracterizados por apresentarem alinhamentos a diferentes propostas de regionalismo, e qual o
impacto do comércio entre Brasil-Argentina e destes com a China nesse sentido. Constatou-se
que relação trouxe benefícios bilaterais para cada um dos países - no curto prazo - como o
aumento de divisas e a alta no preço das commodities, porém, ela é capaz de causar graves e
diversas consequências ao longo prazo - como a reprimarização das economias, a dependência
do consumo asiático, a perda de competitividade dos produtos manufaturados brasileiros, entre
outros aspectos que representam limitações ao processo de integração do bloco.
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