Relação profissional-paciente em oncologia: perspectiva de enfermeiros sobre os "pacientes difíceis"
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Data
2023-07-28Primeiro membro da banca
Londero, Angelica Dotto
Segundo membro da banca
Monteiro, Daniela Trevisan
Metadata
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O adoecimento por câncer envolve tratamentos comumente longos e cíclicos, em que são
estabelecidas relações de proximidade afetiva entre pacientes e profissionais. Em algumas
situações e por motivos nem sempre conscientes para os profissionais, alguns pacientes são
considerados “difíceis”. Diante disso, podem ser estabelecidas relações conflituosas e com
impactos negativos para o processo de tratamento, bem como para a saúde de profissionais e
pacientes. Assim, este estudo clínico-qualitativo, descritivo e exploratório foi desenvolvido com o
objetivo geral de compreender como enfermeiros percebem a relação com pacientes oncológicos
considerados “difíceis”. Foram incluídos no estudo os profissionais da enfermagem, de ambos os
sexos, que atuavam há pelo menos um ano no setor de onco-hematologia adulto e excluídos do
estudo profissionais afastados de sua função no período, totalizando oito participantes. Destaca-se
que o estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Santa
Maria, sob o CAAE 54909721.3.0000.5346 e seguiu todos os pressupostos da legislação que
envolve a pesquisa com seres humanos. A coleta das informações ocorreu entre março/2022 e
agosto/2022, através de oito turnos de observação participante, registrados em Diário de Campo e
oito entrevistas semiestruturadas realizadas individualmente, as quais foram gravadas e
transcritas de forma literal. Para a análise das informações, foi utilizada a Análise de Conteúdo
Clínico-Qualitativa de Turato, e utilizado o software Nvivo®. Para apresentação dos resultados
foram elaborados três artigos, sendo um teórico e dois empíricos. Os participantes nomearam
como “difíceis”, os pacientes e familiares que apresentavam comportamentos agressivos,
solicitavam a equipe de forma excessiva, não aderiam ao tratamento ou eram considerados
negligentes com a saúde. A escuta empática foi considerada como um recurso que possibilita
ampliar as perspectivas de avaliação e manejar a situação. No entanto, isso nem sempre é
possível, e em alguns casos, os profissionais podem reagir de forma agressiva, ou desenvolver
uma postura de distanciamento, na busca por evitar conflitos. Nesse sentido, considera-se que
ocorrem relações “difíceis”, que precisam de compreensão e cuidado, para que sejam
desenvolvidos recursos facilitadores dessas interações. Diante disso, destaca-se a importância de
investir em ações que possibilitem ao profissional conhecer e identificar as próprias reações
diante dos pacientes, o que pode favorecer e aprimorar estratégias de cuidado. Por se tratar de um
estudo realizado em um contexto específico e restrito, considera-se importante que novos estudos
sejam realizados em diferentes contextos e com maior variabilidade de público a fim de ampliar
as discussões sobre o tema.
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