Prevalência de osteoporose em mulheres acima de 50 anos, na pós-menopausa, atendidas no Hospital Universitário de Santa Maria entre 2016 e 2021
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Data
2023-04-27Primeiro membro da banca
Veiga, Denise Teresinha Antonelli da
Segundo membro da banca
Haygert, Carlos Jesus Pereira
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Mostrar registro completoResumo
Menopausa é o evento que marca o fim da capacidade reprodutiva da mulher. Definida após
um período de 12 meses consecutivos de amenorreia, é caracterizado por sinais e sintomas
decorrentes da perda de função ovariana. Essa disfunção provoca a deficiência de estrogênio,
o que pode causar diversos problemas de saúde, como a osteoporose. Caracterizada por perda
de massa óssea e deterioração da microarquitetura tecidual, a osteoporose leva a uma redução
da resistência óssea e aumento do risco de fraturas. Considerada uma enfermidade crônica,
multifatorial e intimamente relacionada ao envelhecimento, estima-se que a doença afete 200
milhões de mulheres no mundo, e que uma em cada três mulheres com mais des 50 anos terá
uma fratura osteoporótica. Este estudo teve como objetivo determinar a prevalência de
osteoporose em pacientes na pós-menopausa atendidas no HUSM. Para isso, foi realizada
uma revisão dos prontuários eletrônicos, a fim de verificar a prevalência de osteoporose em
mulheres na pós-menopausa e sua associação a fatores de risco obtidos por um instrumento de
coleta dos dados proposto pelos pesquisadores. O estudo, de caráter transversal, incluiu 711
pacientes que realizaram densitometria óssea no Serviço de Radiologia do HUSM entre 2016
e 2021. Foram avaliadas variáveis como idade, raça, escolaridade, IMC além de antecedentes
clínicos como tireoideopatias, doenças renais e do trato gastrointestinal, tabagismo e consumo
de álcool, artrite reumatoide, uso de corticoesteroides, prática de atividade física, fratura
osteoporótica prévia e história familiar de fratura. A prevalência de osteoporose encontrada foi
de 28,83% (n = 205). A média de idade das mulheres com osteoporose foi de 66,6 anos
(DP±8,9). Nesse grupo, também observou-se uma maior proporção de mulheres brancas
(95%) e com menor escolaridade (82,7% eram analfabetas ou possuíam apenas ensino
fundamental). Além disso, foram encontrados os menores valores de T-score para fêmur (-
2,359; DP±0,953) e coluna (-2,819; DP±1,023), densidade do colo do fêmur (0,721;
DP±0,114) e IMC (25,21; DP±4,82) no grupo osteoporose. Esse grupo também apresentou os
maiores percentuais de uso de corticosteroides (41,7%) e fratura prévia (15,2%), além de
menor prática de atividade física (15,2%). Os dados encontrados foram semelhantes aos da
literatura. A prevalência de osteoporose foi alta, e os principais fatores associados à
osteoporose foram idade avançada, raça branca, menor escolaridade, menor IMC, menor
densidade do colo do fêmur, maior uso de corticoides, presença de fratura prévia e baixa
prática de exercícios físicos. No entanto, variáveis importantes para o desenvolvimento da
doença, como tabagismo e consumo de álcool, não apresentaram diferença significativa. É
importante ressaltar que este estudo possui limitações por ser retrospectivo e não ter sido
realizado entrevista diretamente com as pacientes. Portanto, a falta de dados ou o
preenchimento incorreto dos prontuários podem ter influenciado os resultados gerais da
análise. Apesar disso, a investigação dos fatores de risco envolvidos na gênese da osteoporose
é fundamental para melhorar a qualidade da assistência e assim, reduzir os desfechos da
doença.
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