Acessando convergência evolutiva no registro fóssil: morfologia e biomecânica de Proterochampsa nodosa Barberena 1982 (Archosauriformes: Proterochampsidae) e sua relação com os crocodiliformes
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Data
2023-09-26Primeiro coorientador
Pinheiro, Felipe Lima
Primeiro membro da banca
Campos, Alexandre Liparini
Segundo membro da banca
Schultz, Cesar Leandro
Terceiro membro da banca
von Baczko, Maria Belen
Quarto membro da banca
Paes Neto, Voltaire Dutra
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Proterochampsidae é um grupo extinto de predadores de médio porte endêmicos da
Américo do Sul, tendo seu registro fóssil restrito a depósitos continentais meso- e
neotriássicos do Brasil e da Argentina. Devido à sua similaridade superficial com animais
como jacarés e crocodilos, esses animais são historicamente interpretados como
predadores semi-aquáticos, onde teriam um hábito de vida e de alimentação similar ao
nicho ecológico que os crocodilianos ocupam hoje em dia. No entanto, ainda há uma
escassez de trabalhos que testem estas inferências feitas ao grupo. Em frente a esse
problema, o objetivo dessa tese é acessar convergência evolutiva e a morfologia
funcional de proterocampsídeos a partir de estudos de morfológicos e biomecânicos,
utilizando o proterocampsídeo brasileiro Proterochampsa nodosa como foco do estudo.
O primeiro trabalho da tese foca, além do estudo osteológico e redescrição anatômica de
P. nodosa, na taxonomia de P. nodosa e comparação anatômica de P. nodosa com sua
espécie-irmã da Argentina, P. barrionuevoi. A descrição minuciosa da anatomia de P.
nodosa permitiu a aprimoração da diagnose do táxon, assim como esclareceu as
distinções entre as duas espécies de Proterochampsa, reforçando a validade taxonômica
desses táxons. O estudo biomecânico desenvolvido no segundo trabalho comparou a
mecânica mandibular de Proterochampsa com a de Alligator mississippiensis (o aligátoramericano)
e Tomistoma schlegelii (o falso-gavial) por meio da Análise de Elementos
Finitos para inferir sobre o comportamento do táxon extinto. Observou-se que a longa
mandíbula de P. nodosa era sujeita a tensões de maneira similar a T. schlegelii,
especialmente quando sujeita à simulação mordida próximo à região rostral, o que sugere
um padrão de predação semelhante ao de gaviais e falsos-gaviais. A análise de
elementos finitos indica que Proterochampsa teria uma capacidade de força de mordida
comparável à do modelo de Alligator mississippiensis, no entanto, sendo sujeito a
tensões de flexão mais elevadas. Ademais, o estudo da musculatura adutora revelou que,
apesar das diferenças na conformação muscular, Proterochampsa teria a capacidade de
alcançar resultados comparáveis, embora por meios diferentes. Como conclusão
principal, observou-se que, embora esse arranjo muscular permita o táxon extinto exercer
comportamentos análogos ao das formas viventes, o impacto e a distribuição das tensões
oriundas desse hábito eram consideravelmente mais expressivos.
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