Duas interpretações d'o Príncipe de Maquiavel
Resumo
O presente trabalho propõe o desenvolvimento da nova interpretação da obra O
Príncipe, de Maquiavel, realizada pela filósofa Erica Benner. A obra de Maquiavel tem sido
objeto de controvérsias ao longo dos séculos, especialmente devido à percepção de que o
autor defende estratégias imorais para manutenção do poder pelos governantes. No entanto,
Benner argumenta que essa interpretação simplista não considera a complexidade e a
profundidade do pensamento de Maquiavel. Em seu estudo, Benner destaca a influência da
filosofia antiga, especialmente a retórica dialética socrática, no pensamento de Maquiavel,
enfatizando o uso da ironia como uma técnica retórica para transmitir críticas políticas de
forma sutil. Além disso, Benner defende que Maquiavel desenvolveu uma filosofia ética e
política voltada para o republicanismo cívico, que enfatiza o autogoverno dos cidadãos como
forma de alcançar a liberdade individual. Essa nova interpretação contrasta com a visão
tradicional de Maquiavel como defensor do poder absoluto e da tirania. Nesse contexto, o
objetivo deste trabalho é demonstrar a existência de técnicas de ironia na obra O Príncipe
como fonte de uma nova interpretação, proporcionando uma melhor compreensão das
proposições de Maquiavel e defendendo o republicanismo cívico como o melhor regime de
governo, em oposição à monarquia. Com essa abordagem crítica e reflexiva, busca-se
resgatar o aspecto democrático e participativo do pensamento de Maquiavel, oferecendo uma
análise mais precisa do legado intelectual do autor.
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