O ser para o sofrimento em Nietzsche e Michel Henry contraste entre a vontade de potência e a vida autoafetiva
Visualizar/ Abrir
Data
2023-07-18Autor
Rehbein, Pedro Guilherme Cortes
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Através do presente artigo se objetiva analisar as noções de sofrimento e suas
implicações nas filosofias de Nietzsche e Michel Henry, considerando alguns conceitos que as
baseiam e demonstrando influências de Nietzsche no pensamento de henryano, e,
simultaneamente, apontando alguns elementos em que ambas as filosofias se assemelham e
diferenciam. Ambos Nietzsche e Michel Henry desenvolvem filosofias que afirmam a vida e
sua imanência, destacando a afetividade. No entanto, as diferenças são decisivas. Nietzsche
desenvolve a noção de “vontade de potência”, tratando da vida como afetos e instintos que
buscam se expandir, o que inclui a dominação. Ademais, a filosofia de Nietzsche entende que
a existência não possui sentido intrínseco, cabendo ao sujeito determiná-lo. O filósofo critica
as filosofias da representação, afirmando a variabilidade da interpretação de acordo com cada
perspectiva. Já Henry bebe de diversas fontes. Ainda que a influência da filosofia nietzschiana
lhe seja extensa, profunda e diversa, suas influências fenomenológicas trilham outro caminho,
especialmente no que concerne à subjetividade transcendental. O filósofo entende a vida
como imanente, dando primazia a sua concepção subjetividade para alcançar o seu mais puro
conhecer, ainda que jamais rejeite sua dimensão transcendente e empírica, embora também
desenvolva sua própria crítica às filosofias da representação. Assim, o autor desenvolve a
noção de autoafecção, em que o ser da vida volta para si para se sentir e experienciar. Ambos
os filósofos prescrevem a afirmação da vida em seus aspectos imanentes e afetivos para o
autocrescimento, incluindo o sofrimento e a alegria/prazer superior como afetos/tonalidades
afetivas fundamentais. Porém, em Nietzsche, esse crescimento é apenas individual, sendo que
a vontade de dominação exige a incapacitação de poucos para que muitos se capacitem.
Henry condenará essas noções à barbárie, à desvalorização da vida, pois desunem, expõem e
representam o uno originário da vida em suas tonalidades afetivas fundamentais.
Coleções
Os arquivos de licença a seguir estão associados a este item: