Alterações no olfato e/ou paladar e estado nutricional de pacientes internados pela covid-19 em um municipio do Rio Grande do Sul - Brasil
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Data
2023-11-24Primeiro membro da banca
Beck, Maristela de Oliveira
Segundo membro da banca
Flores, Felipe Wehner
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Em dezembro de 2019, iniciaram-se as primeiras manifestações da maior pandemia já
registrada neste século. Os primeiros relatos ocorreram na cidade de Wuhan em 2019, na
província de Hubei, onde se descreveu que alguns pacientes desenvolveram uma síndrome
atípica. Os seus principais sintomas são tosse, febre, falta de ar, cansaço, mialgia, dor de cabeça,
ageusia, anosmia, dor de garganta, congestão e coriza. O objetivo deste estudo foi investigar as
consequências nutricionais causadas pela internação hospitalar em decorrência da infecção por
Covid-19, bem como, analisar a capacidade gustativa e olfativa destes pacientes. Estudo
transversal, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Santa
Maria (CAEE: 65054822.5.0000.5346), com coleta de dados através de um questionário que
foi encaminhado de forma online e respondido por pacientes que estiveram internados no
período de março de 2020 a junho de 2022 em decorrência de complicações pela infecção por
Covid-19. Responderam ao questionário 145 participantes dos 1388 contatados uma única vez.
Verificou-se que 71 participantes (50,0%) tiveram perda de ambos os sentidos, olfato e paladar,
já 16 participantes (11,0%) tiveram perda de apenas um dos dois sentidos, sendo (n=13; 9,0%)
perda de paladar e (n=3; 2,0%) perda de olfato. Quando perguntados se a perda de olfato e
paladar modificou algum aspecto alimentar do seu dia a dia, a maioria respondeu que não (n =
108; 74,4%) e 35 (24,1%) responderam que sim. Ao se realizar o cruzamento entre perda de
olfato e paladar e sintomas, foi observado que sintomas como tosse, febre, dor de cabeça, dor
de garganta, dor muscular, fadiga, falta de ar, coriza e fadiga, foram sintomas que estiveram
mais presentes em pacientes que tiveram perda de pelo menos um dos sentidos ou ambos. O
tempo médio de internação foi de 17,3 (± 21) dias, com mediana 10 e amplitude de 3 – 188
dias. A maioria dos respondentes relataram não ter feito uso de dieta enteral ou parenteral (n
=100; 69,0%) e de não utilizarem suplemento alimentar durante a internação hospitalar (n =92;
63,5%). Também, a maioria dos participantes (n =126; 86,9%) tiveram perda de peso durante a
internação, sendo a média de perda de 11,8 Kg, com uma amplitude de 2 – 40 Kg. Desta forma,
conclui-se que alterações e percepções do paciente em relação à alimentação e seu sentimento
ao se alimentar devem ser levados em conta no momento de realização das prescrições
alimentares, bem como no período pós internação. Salienta-se que a capacidade olfativa e
gustativa de vários participantes não voltou ao normal, merecendo esse fato ser relatado, por
ser uma sequela pós-Covid e podendo impactar na manutenção do estado nutricional dos
afetados. Assim, os resultados deste estudo contribuem para entender melhor a magnitude da
perda de olfato e paladar e na situação nutricional dos pacientes hospitalizados pela Covid-19
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