Estresse em discentes de enfermagem de quatro instituições brasileiras
Resumo
Este estudo objetivou verificar o nível de estresse de discentes de enfermagem de quatro instituições brasileiras. Trata-se de um estudo transversal, descritivo, com abordagem quantitativa, realizado com 705 discentes de enfermagem de quatro Instituições de Ensino Superior (IES) Brasileiras, sendo três da região sudeste do país e uma da região sul. Os dados foram coletados entre Abril de 2011 a Março de 2012, conforme cronograma de cada IES, após assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), por meio de um protocolo de pesquisa que constou de: Formulário Sociodemográfico e Acadêmico dos Discentes e instrumento de Avaliação de Estresse em Estudantes de Enfermagem (AEEE). Após a coleta dos dados, foi construído um banco de dados em planilha do programa Excel for Windows e os mesmos foram analisados pelo programa de software Statistical Analysis System (SAS - versão 9.02) e Statistical Package for Social Sciences (SPSS versão 16). Verificou-se predomínio de discentes do sexo feminino (84,54%), na faixa etária entre 20 e 24 anos (50%), solteiros (76,88%) e sem filhos (83,12%). Dos discentes com filhos, o número dominante foi de um filho (58,82%). Em relação à moradia, 76,42% residem com familiares. Ainda, verificou-se que 75,64% não praticam esportes e 60,53% praticam atividades de lazer. Quanto às características acadêmicas, 71,73% não participam de grupo de pesquisa/estudo e 72,40% não recebe bolsa acadêmica. No entanto, dentre os que recebem auxílio financeiro por bolsa, o tipo de bolsa predominante é de assistência (45,08%). Além disso, a maioria dos discentes não desenvolve nenhuma atividade de trabalho (74,25%), e não possui outro curso superior (96,88%). Em relação à satisfação com o curso, 89,84% referem-se satisfeitos, e 36,79% já pensaram em desistir do mesmo. No que se refere ao nível de estresse, observou-se 15,10% dos estudantes de enfermagem em alto nível de estresse, 74,47% em médio nível e 9,93% em baixo nível de estresse. Na análise dos domínios, aquele que apresentou maior porcentagem de discentes em alto nível de estresse foi Gerenciamento do Tempo (31,77%). Com base na média dos ítens que compõem o AEEE, a situação de maior estresse para os discentes de enfermagem foi ter preocupação com o futuro profissional (
= 2,16). Ao relacionar o estresse com as características sociodemográficas e acadêmicas dos discentes de enfermagem, verificou-se diferença estatistica significativa do estresse com as seguintes variáveis: faixa etária, tipo de instituição (pública/privada), atividade de trabalho, satisfação com o curso e se já pensou em desistir do mesmo. Nesse sentido, conhecer as características dos discentes de enfermagem e o nível de estresse dos mesmos, bem como os estressores no ambiente acadêmico, pode contribuir para propor medidas que minimizem os efeitos do estresse entre esses indivíduos. Além disso, ao minimizar o estresse, espera-se melhor desempenho acadêmico, menos desgaste e maior satisfação quando do ingresso no mercado de trabalho, visto que as situações vivenciadas durante a formação acadêmica são semelhantes as do futuro profissional.