Osso esponjoso autógeno ou homógeno conservado em glicerina a 98% na artrodese atlantoaxial em cães
Resumo
O objetivo desta pesquisa foi testar e comparar o implante homógeno de osso esponjoso conservado em glicerina a 98% com o enxerto autógeno em cães submetidos à artrodese atlantoaxial. Foram utilizados 15 cães, pesando entre 8 e 12 kg, distribuídos aleatoriamente em três grupos iguais de acordo com o período pósoperatório (PO) denominados de I (30dias), II (60 dias) e III (90 dias). A articulação
atlantoaxial foi submetida à artrodese através do acesso ventral utilizando pinos de Steinmann associados à resina acrílica autopolimerizável. Foi criado um defeito na
hemiarticulação atlantoaxial direita para colocação de 100mg de osso esponjoso homógeno e, na esquerda, 100 mg de osso esponjoso autógeno. Decorridos o período 30, 60 e 90 dias de PO, foram realizadas análise radiográfica da articulação
atlantoaxial, histológica e da densidade óssea por tomografia computadorizada dos fragmentos ósseos coletados por biópsia. A análise radiográfica revelou aos 30 dias
que as hemiarticulações atlantoaxiais esquerda e direita apresentavam formação óssea moderada. Já aos 60 dias de PO, houve uma tendência à formação óssea com grau de
fusão parcial mais no lado autógeno (esquerdo) e aos 90 dias, a formação óssea com grau de fusão parcial predominou no lado homógeno (direito). O exame por tomografia computadorizada (TC) aos 30 e 60 dias de PO revelou maior densidade óssea nos fragmentos coletados na hemiarticulação atlantoaxial direita (implante homógeno). Aos 90 dias, a densidade óssea dos fragmentos coletado das hemiarticulações direita e esquerda foram semelhantes com tendência à formação de osso cortical. Os achados
histológicos dos fragmentos coletados da hemi-articulação direita (enxerto autógeno) e esquerda (implante homógeno) foram similares aos 30 e 60 dias de PO, sendo que aos
90 dias de PO havia presença de um tecido ósseo maduro e organizado. Não foi encontrada diferença estatística entre o enxerto autógeno e implante homógeno em relação ao grau de fusão articular e densidade óssea dos fragmentos. O uso de
implante homógeno conservado em glicerina a 98% em cães submetidos à artrodese atlantoaxial com pinos de Steinmann e resina acrílica autopolimerizável não apresenta diferença quando comparado ao enxerto autógeno e é um método viável para tratamento de instabilidade atlantoaxial.