Exigência nutricional de triptofano para o jundiá (Rhamdia quelen)
Resumo
O conhecimento das exigências nutricionais dos peixes é fundamental para melhorar o aproveitamento dos nutrientes da dieta. Neste estudo foi estimada a exigência aminoacídica em triptofano para o jundiá por meio de um ensaio biológico em delineamento inteiramente casualizado com cinco tratamentos e quatro repetições. Grupos de 30 peixes (4,65 ± 0,68 g) foram estocados em tanques (125 L) e alimentados com dietas mistas, até a saciedade aparente, contendo diferentes concentrações de triptofano (0,10; 0,18; 0,26, 0,34; 0,42 g triptofano 100 g-1 da dieta). Após 60 dias, foram calculados o ganho em peso, taxa de crescimento específico, conversão alimentar, coeficiente de retenção proteica, composição corporal, índices somáticos, e determinadas as concentrações de metabólitos plasmáticos, hepáticos e enzimas digestivas. Os dados foram submetidos a avaliação por meio de regressão não linear, broken line e polinomial. Ocorreu efeito altamente significativo (P<0,0001) da inclusão de triptofano sobre o crescimento, o coeficiente de retenção proteica e atividade de protease ácida. Os peixes alimentados com estas concentrações de triptofano não apresentaram alterações no metabolismo e atividade de enzimas digestivas. A menor concentração testada (0,10 g triptofano 100 g-1) proporcionou menor crescimento e deposição de nutrientes no organismo. Os peixes alimentados com níveis inadequados de triptofano apresentaram crescimento reduzido, índice hepatossomático superior e alterações enzimáticas e metabólicas, indicando processos gliconeogênicos. A exigência aminoacídica estimada de triptofano para o máximo ganho em peso e coeficiente de retenção proteica está entre 0,25 e 0,34 g triptpfano 100 g-1, dependendo do modelo estatístico utilizado para a estimativa.