Comportamento ingestivo de frangos de corte mediante diferentes condições térmicas
Resumo
O estresse térmico interfere diretamente no desempenho e consumo de alimento, sendo refletido através do comportamento animal. A utilização de animais como biossensores por intermédio do comportamento, torna-se mais eficiente que a monitoria da temperatura e umidade relativa do ar, permitindo capturar condições intermediárias de estresse. O objetivo deste estudo foi avaliar o comportamento ingestivo de frangos de corte submetidos a três diferentes condições térmicas ambientais através de análise de imagens. O experimento foi realizado em três câmaras climáticas sendo utilizados 108 frangos machos da linhagem Hubbard. As observações comportamentais foram realizadas nas aves com idades de 21, 28, 35 e 42 dias. Para cada idade foram alojadas 27 aves, nove por condição ambiental, durante 72 horas, em que 48 horas foram para adaptação e 24 horas para observação dos comportamentos através de captura de imagens e posterior avaliação. Em cada idade, as aves utilizadas foram distintas e identificadas individualmente. Todas as aves foram provenientes do mesmo lote e receberam água e ração ad libitum. Foram utilizados três tratamentos (Conforto = temperatura de recomendação da linhagem, Calor = 8°C acima da temperatura de conforto e Frio = 8°C abaixo da temperatura de conforto) com nove repetições, em que cada ave foi uma unidade experimental. Foram coletados os parâmetros de comportamento ingestivo: tempo de consumo, tempo de permanência, número de visitas diárias e horárias ao comedouro e ao bebedouro sendo submetidos ao teste de correlação de Pearson, à análise de variância com teste F a 5% de significância. Os dados de desempenho coletados foram quantidade de ração e água consumida por cada tratamento a cada hora e ganho de peso. Os comportamentos para os tempos horários de ocupação de área de bebedouro, comedouro e área livre foram afetados pelas condições térmicas com as aves respondendo de diferentes formas conforme a idade. As condições térmicas afetaram o número de visitas por hora e tempo de permanência por visita aos equipamentos. Houve alta correlação entre tempo de consumo e tempo de permanência nos equipamentos e entre tempo de permanência e quantidade consumida de ração e de água. A partir dos dados das aves em conjunto, foram geradas regressões para quantificar consumo e a intensidade de ingestão de água e ração através do tempo de permanência nas diferentes condições térmicas. As condições térmicas com uma variação de mais ou menos 8ºC em torno do Conforto não afetaram o ganho de peso das aves, porém, influenciaram negativamente na uniformidade das aves que estavam fora de conforto térmico.