Resíduos olerícolas em dietas para coelhos de corte
Resumo
Em dietas para coelhos de corte, o feno de alfafa figura como o ingrediente de maior custo. Desta forma, substituí-lo por resíduos agrícolas reduz os custos dos produtos cunículas. Além disso, o uso de resíduos reduz passivos no meio ambiente e melhora a sustentabilidade da cadeia produtiva. Dois ensaios foram realizados no Laboratório de Cunicultura do Departamento de Zootecnia, da Universidade Federal de Santa Maria, onde se estudou a influência de diferentes substratos, em substituição ao feno de alfafa, em dietas para coelhos de corte. O objetivo do primeiro estudo foi avaliar a viabilidade do uso de topos de cenoura (CT), em substituição ao feno de alfafa, em dietas para coelhos de corte. Para tal, utilizou-se 30 coelhos da raça Nova Zelândia, desmamados aos 35 dias de idade, divididos em três grupos, submetidos aos seguintes tratamentos: T0CT - dieta controle sem inclusão de TC; T25CT dieta com 25% de substituição do feno de alfafa por CT e T50CT dieta com 50% de substituição do feno de alfa por CT. O ensaio biológico teve duração de 49 dias. Os parâmetros avaliados foram: ganho de peso, conversão alimentar, consumo de ração e viabilidade econômica da dieta. Verificou-se que o ganho médio diário de peso dos animais foi de 23,93g no T0CT, 22,65g no T25CT e 22,16 no T50CT. Já o consumo diário de ração foi de 86,71g no T0CT, 88,43g no T25CT e 89,57g no T50CT. Ainda o custo por kg de dieta reduziu linearmente com a inclusão dos TC em substituição ao feno alfafa, sendo a dieta T0CT a mais onerosa (R$0,74/kg) e a T50CT (R$0,60) a mais econômica. Concluiu-se que os CT podem substituir até 50% o feno de alfafa em dietas para coelhos em crescimento, otimizando o custo da dieta sem prejudicar o desempenho dos animais. O objetivo do segundo estudo foi determinar o efeito da substituição do feno de alfafa por baraço de batata-doce (SPV) sobre o desempenho, a carcaça e parâmetros de metabolismo hepático de coelhos de corte. Para tal, 27 coelhos Nova Zelândia (variedade branca) foram desmamados aos 35 dias e divididos em três tratamentos: 0SPV dieta sem a inclusão de SPV; dieta 10SPV com 10% de feno de alfafa substituído por SPV; e 15SPV dieta com 15% de feno de alfafa substituído por SPV. O ensaio durou 49 dias. O consumo diário de ração variou entre 73,17g e 78,02g; com ganho de peso diário entre 22,32g e 23,17g; e a conversão alimentar entre 3,16 a 03,49 e o peso vivo final entre 1839,44g e 1880,55g. Nenhum desses parâmetros de desempenho foi significativamente afetado pelos tratamentos dietéticos. Quanto aos dados pós-abate, os tratamentos não diferiram em peso da carcaça e do coração. No entanto, o peso do fígado foi significativamente menor nos animais do tratamento 10SPV. A glicose presente no fígado variou de 1,62mg/g-1 no grupo 10SLP a 5,02mg/g-1 no 15SPV e 5,6 mg/g-1 no grupo de controle (0SPV). A glicose liberada no tecido apresentou concentração de 2,35μmol, 2,13μmol e 2,59μmol liberado/g de tecido nos tratamentos 0SPV, 10SPV e 15SPV, respectivamente. Por conseguinte, concluiu-se que o SPV pode ser incluído em até 15% em substituição ao feno de alfafa, sem afetar negativamente o desempenho dos animais.