Concentração e emissão de amônia em aviários de frango de corte
Resumo
O ambiente aéreo em aviários de frango de corte exige manejos diferenciados conforme a época do ano para manter a concentração de amônia abaixo de 10 ppm, condição ótima para frangos de corte apresentarem desempenho e bem-estar adequados. A amônia é volatilizada a partir da decomposição microbiana na cama de frango aviária e dependente de vários fatores, entre eles, condições ambientais internas e externas, características da cama e tipologia de aviário. A sistematização e análise de dados podem auxiliar na compreensão de estudos que contenham uma variabilidade de interferentes, como a ambiência aérea; e a mineração de dados é uma técnica que tem função de analisar o banco de dados gerado. Foram realizados três estudos para avaliar a produção de amônia em galpões de frango de corte durante condições de calor e clima ameno, por intermédio de metanálise e mensuração do ambiente. O primeiro estudo resultou em um banco de dados de concentração de amônia por meio da técnica de metanálise. A análise dos dados foi realizada por meio da técnica de mineração de dados para as classes de concentração de amônia menor que 20 ppm e igual ou acima deste limite. Aviários de pressão negativa apresentaram altas concentrações de amônia e o horário de coleta no turno da manhã apresentou condição de concentração de amônia igual ou acima de 20 ppm. Aviários de tipologia convencional, utilizando maravalha e com densidade de criação maiores de 15 aves m-2 obtiveram classificação de concentração de amônia acima do limite ideal (≥ 20 ppm). O segundo estudo propiciou uma metanálise da emissão de amônia que permitiu, por meio da técnica de mineração de dados, obter duas abordagens de classificação: a) altos níveis de emissão de amônia (≥ 42,2 mg Kg-1 de cama de frango) e b) baixos níveis de emissão de amônia (< 42,2 mg Kg-1 de cama de frango). Aviário de tipologia Dark House foi o único que se classificou para a emissão de amônia em “Elevada” em função da estação do ano ser inverno. A cama de frango de maravalha de madeira apresentou menor emissão em aviários convencionais, ao contrário da casca de arroz (alta emissão de amônia). Cama de aviário com pH acima de 8,3 e densidade de criação maiores de 12 aves m-² obtiveram classificação como “Elevada” emissão de amônia. No terceiro estudo foi realizado a coleta de concentração de amônia, velocidade do ar, temperatura interna e externa em seis aviários de tipologias diferentes e condições climáticas de calor, sendo analisados por meio da geoestatística. A concentração de amônia tende a ser maior na parte central e final dos aviários, lugares em que foi constatado maior temperatura interna. Melhores manejos de ventilação poderiam solucionar os problemas com temperatura alta e concentração de amônia ao longo dos aviários. Os resultados observados nas metanálises de concentração e emissão de amônia apontam para condições de instalações e características da cama de frango. A mineração de dados permitiu avaliar a produção de amônia em diferentes tipologias de aviários de forma sistemática por meio de dois bancos de dados construídos pela técnica de metanálise. As regras dos modelos permitiram extrair conhecimentos coerentes e úteis para os dois bancos de dados metanalíticos. A utilização de mapas de variabilidade é outro meio adequado para a avaliação de variáveis como a concentração de amônia e a temperatura interna. No entanto, vários fatores influenciam e, se manejados corretamente, podem minimizar a emissão e concentração de amônia no interior da instalação. Aliar a ambiência térmica e aérea em função do sistema de ventilação é uma opção para melhorar os índices de bem-estar em frangos de corte.
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