Produção, análise química e perfil de ácidos graxos do leite de vacas em pastagem de azevém suplementadas com glicerina bruta
Resumo
Com o objetivo de avaliar o uso de glicerina bruta como suplemento energético na dieta para vacas em lactação mantidas em sistema pastoril de azevém (Lolium multiflorum), foi conduzido no Instituto Regional de Desenvolvimento Rural, em Augusto Pestana, RS, Brasil, um experimento com 18 vacas da raça holandesa, em um delineamento com blocos (conforme os dias em lactação) em esquema de reversão simples, em três períodos de 14 dias. As dietas foram constituídas de azevém em pastejo, suplementado com silagem de milho e concentrado, acrescido (grupo tratado) ou não (grupo controle) de 10% de glicerina bruta com base na matéria seca (MS) total. Foram coletadas e analisadas amostras de alimentos e leite. Os dados foram submetidos à análise de variância e o efeito de tratamento comparado pelo teste T através do programa estatístico SAS. Verificou-se que a inclusão de glicerina bruta não afeta a produção e a composição do leite. O somatório de ácidos graxos saturados (ΣAGS) e os ácidos caprílico, cáprico e láurico obtiveram significância (P<0,05) em relação ao grupo controle, aumentando seus valores com a inclusão de glicerina bruta na dieta. Dos ácidos monoinsaturados, o oleico foi o que apresentou significância (P<0,05), aumentando os valores quando a glicerina não foi instituída na dieta (grupo controle), assim como o somatório dos ácidos graxos monoinsaturados (ΣAGMI). Os ácidos graxos poliinsaturados não diferiram entre os tratamentos (P>0,05). Conclui-se que a adição de glicerina bruta na dieta de vacas leiteiras não afeta a produção de leite ou a qualidade do mesmo, sendo uma boa opção de suplementação energética. Para a composição de ácidos graxos, o uso da glicerina bruta afetou indesejavelmente os índices de ácidos saturados.
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