Competitividade dos sistemas de irrigação de arroz no Rio Grande do Sul
Resumo
A presente dissertação tem como objetivo analisar a competitividade do arroz nos sistemas de irrigação natural e mecânico do Rio Grande do Sul. Mais especificamente, descrever os sistemas de irrigação utilizados na produção de arroz; determinar a competitividade da produção de arroz em cada sistema de irrigação; e, avaliar os efeitos das mudanças nos custos de produção sobre a competitividade da lavoura orizícola. Utiliza-se na pesquisa o método da Matriz de Análise de Política (MAP) para determinar a competitividade dos sistemas. Esse instrumento se vale de um sistema integrado de contabilidade e economia, que analisa receita e custos a preços privados e a preços sociais, através de duas identidades contábeis: o lucro, dado pela diferença entre receita e custos; e a medida de divergências ou distorções de políticas e falhas de mercado. Na construção da MAP e estimação de seus indicadores, utiliza-se o custo de produção de arroz irrigado com plantio semidireto, para o sistema de irrigação natural, mecânico ─ diesel e mecânico ─ elétrico do Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA), safra 2015/16. Os resultados por hectare mostram que o sistema base tem prejuízo de R$ 1.168,10; o sistema de irrigação por gravidade exibe um prejuízo de R$ 915,16; o sistema de irrigação diesel tem um prejuízo de R$ 1.442,62; e, o sistema de irrigação elétrico mostra um prejuízo de R$ 1.237,36. Portanto, a produção de arroz não se mostra competitiva em nenhum dos sistemas analisados, pois todos apresentam prejuízo. O sistema que é relativamente mais competitivo, isto é, que possui menor prejuízo, é o de irrigação natural, seguido pelo sistema de irrigação elétrico e, por último, o com motor diesel. Na análise de sensibilidade da MAP, com aumentos de 10% no preço da tarifa de energia elétrica e de 10% no preço do diesel, bem como os custos de mais um recalque para os sistemas mecânicos, o maior impacto negativo no lucro ocorre no recalque a diesel, seguido pelo do recalque elétrico, irrigação a diesel e irrigação elétrico. Deve-se considerar ainda que no cálculo dos custos fixos é utilizada uma taxa de amortização de 6,00%. Este custo raramente é contabilizado pelo produtor e não faz parte do desembolso, o que gera uma sensação de maior lucratividade da lavoura.
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