Investigação sobre o trabalho de professores de matemática da rede pública estadual de Santa Maria (RS) que possuem alunos incluídos em suas salas de aula
Resumo
O presente trabalho foi desenvolvido junto ao Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática e Ensino de Física (PPGEM&EF) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e inserido á linha de pesquisa Ensino e Aprendizagem da Matemática e seus Fundamentos Filosóficos, Históricos e Epistemológicos. Com base em entrevistas com o assessor pedagógico da 8ª Coordenadoria Regional de Educação (8ª CRE), responsável pelo setor de Educação Especial, com professores de Matemática de escolas estaduais da Educação Básica e na análise de documentos oficiais da legislação brasileira sobre Educação Especial e Educação Inclusiva, de currículos e projetos pedagógicos de cursos de Licenciatura em Matemática, essa pesquisa teve como objetivo investigar como esses professores de Matemática organizam suas aulas para a docência em turmas que possuem alunos incluídos. Para a coleta dos dados foram realizadas entrevistas semiestruturadas com cinco professoras de Matemática da rede pública estadual de ensino que trabalham ou já trabalharam com alunos incluídos no ensino regular e com a assessora pedagógica responsável pelo setor de Educação Especial da 8ª CRE. Utilizamos como referencial teórico metodológico para a realização dessas entrevistas a História Oral, nos fundamentando nas ideias de José Carlos Sebe Bom Meihy (1996) e, principalmente, nos trabalhos desenvolvidos pelo grupo de pesquisa Grupo História Oral e Educação Matemática, coordenado por Antonio Vicente Marafioti Garnica (2005; 2007; 2011; 2013). A análise das entrevistas foi realizada – conforme o trabalho realizado por Maria Edneia Martins-Salandim – em dois momentos: análise de singularidades e análise de convergências. Na análise de singularidades procuramos registrar o que é característico de cada depoente em sua narrativa, suas peculiaridades e suas particularidades. Na análise de convergências buscamos confrontar as narrativas dos nossos depoentes com o que está escrito nos documentos oficiais da legislação sobre Educação Especial e Educação Inclusiva e com as grades e os projetos pedagógicos dos cursos de Licenciatura em Matemática das instituições onde as professoras entrevistadas concluíram o curso de formação inicial. Para isso, elencamos três unidades de análise: formação inicial, formação continuada e trabalho com alunos incluídos. Destacamos, a partir da análise realizada, que as professoras de Matemática entrevistadas consideram que o trabalho realizado com alunos incluídos no ensino regular é um trabalho árduo e difícil de ser desenvolvido, pois elas não receberam, no curso de formação inicial, orientações para trabalhar com esses alunos. Além disso, participaram de poucos cursos de formação continuada relacionados a esse tema e a 8ª CRE também não fornece orientações para esse trabalho que sejam voltadas aos professores de áreas que não seja a Educação Especial.
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