Estratégias para implantação de um banco de leite humano: posição dos profissionais e gestores
Resumo
O aleitamento materno proporciona um alimento completo para a criança, protegendo contra doenças infecciosas, sendo um importante fator na redução da mortalidade infantil, além de grande aliado no que se refere ao crescimento e desenvolvimento infantil. Para os prematuros, proporciona benefícios nutricionais, imunológicos e psicológicos, além reduzir o tempo de internação hospitalar. Os Bancos de Leite Humano (BLH) integram as estratégias da política pública em favor da promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno. Objetivam, também, a oferta do leite humano como primeira opção de alimento para os recém-nascidos de risco e/ou bebês doentes. No Rio Grande do Sul, existem somente dez BLH. Há uma necessidade de ampliação dos BLH, especialmente nas regiões com maior número de leitos de unidade de terapia intensiva neonatal. Objetivos: 1) conhecer a posição dos profissionais de saúde e gestores da área materno-infantil quanto a implantação de um BLH em um Hospital Universitário e, 2) discutir as estratégias para sua implantação. Método: Estudo quanti-qualitativo, do tipo Pesquisa Participante, com produção de dados desenvolvida em duas fases. Primeiramente, um questionário acerca da percepção da necessidade de implantação de um BLH, que foi respondido por 119 participantes da área materno-infantil do Hospital Universitário. Os resultados desencadearam as discussões na segunda fase, o Grupo Focal, composto por representantes de profissionais e gestores. O grupo se reuniu em três sessões e cumpriu com o objetivo de discutir as facilidades e as dificuldades para a implantação do BLH, as estratégias e os encaminhamentos. As transcrições foram submetidas à análise de conteúdo. Foram respeitados os aspectos éticos das pesquisas com seres humanos, seguindo a Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde. Resultados: A maioria dos respondentes do questionário percebe como necessária a implantação de um BLH. A análise de conteúdo das transcrições do grupo focal resultou em três categorias referentes à discussão da necessidade de implantação de um BLH: benefícios, potencialidades e fragilidades. Os benefícios contemplam a população e a instituição, contribuindo para a assistência, o ensino, a pesquisa e a extensão. As potencialidades são: abrangência do hospital, organização institucional e quadro de pessoal. Dentre as fragilidades: recursos de infraestrutura, apoio dos gestores, recursos humanos e recursos financeiros. A discussão das potencialidades e fragilidades gerou os encaminhamentos para fortalecer a implantação do BLH. Conclusão: Implantar um BLH amplia as possibilidades para formação de profissionais, capacitando-os acerca do manejo do AM. É necessário que os profissionais e gestores reconheçam que o BLH vai além do AM; ele abrange um comprometimento social, capaz de promover os direitos da população e assegurar o cumprimento das políticas públicas de saúde.
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