Humanização no contexto do trabalho em estratégia saúde da família: uma proposta convergente-assistencial
Resumo
Este estudo sobre a humanização no contexto do trabalho em saúde se propõe a oportunizar uma reflexão nos espaços coletivos acerca do cotidiano laboral, compreender os significados subjetivos e contribuir para favorecer e valorizar o potencial inventivo dos sujeitos que trabalham nos serviços de saúde, com vistas à promoção da saúde e qualidade de vida no trabalho. Diante disso, se estabeleceu como questões de pesquisa: Quais as percepções de trabalhadores de saúde acerca da humanização no contexto do trabalho? Quais as possibilidades de ações assistenciais com trabalhadores de saúde na busca de um movimento de reflexão acerca da humanização no contexto do trabalho? Teve como objetivos: compreender as percepções de trabalhadores de saúde acerca da humanização no contexto do trabalho e realizar ações assistenciais com trabalhadores de saúde na busca de um movimento de reflexão acerca da humanização no contexto do trabalho. A pesquisa foi qualitativa, com abordagem Convergente-Assistencial. O cenário foi uma Estratégia de Saúde da Família localizada em um município do interior do estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Os participantes foram trabalhadores de saúde inseridos neste contexto, contemplando um total de quinze participantes. Neste estudo, os dados foram produzidos por meio da técnica da observação participante, entrevista semiestruturada e grupos de convergência. Após, a análise dos dados foi composta pelas fases propostos pelo método da Pesquisa Convergente Assistencial. Os resultados apontam que a humanização no contexto do trabalho está intrínseco a fatores subjetivos do trabalhador e elementos que influenciam no contexto do trabalho. Os trabalhadores percebem relações verticalizadas entre gestores e trabalhadores e dificuldades na relação com usuários, porém há uma efetividade e cooperação no trabalho em equipe entre os trabalhadores da ESF. Ainda, os participantes sentem-se desvalorizados em sua maioria, sejam por condições salariais inadequadas, poucas ações de capacitação e excesso de atividades. Percebem situações que podem potencializar o sofrimento/adoecimento do trabalhador, com necessidade de diálogo e espaços de discussão. A convergência com a prática efetivou-se por meio de grupos com os trabalhadores da ESF, em que se contribuiu para valorização da subjetividade dos trabalhadores a partir de uma prática assistencial interdisciplinar nos grupos de convergência com protagonismo dos sujeitos. Conclui-se que há necessidade de pesquisas relacionadas à humanização no contexto do trabalho, com perspectiva de mudanças no âmbito das organizações dos serviços de saúde envolvendo a análise dos processos de trabalho, dos modos de trabalhar, de se relacionar, de resistir a adoecimentos, de pensar, sentir e viver.
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