Comportamento de misturas asfálticas tipo camada porosa de atrito (CPA)
Resumo
O transporte rodoviário é de extrema importância para o desenvolvimento do Brasil e pelo crescente
aumento do tráfego de veículos no trasporte de pessoas confere-se uma dependência excessiva em
relação às rodovias. A qualidade da malha viária do país requer melhorias, tanto aos aspectos estruturais
(capacidade de resistência aos esforços solicitados pelo tráfego) quanto aos funcionais na condução do
veículo, especialmente em termos de segurança e acústica, exigindo a construção de pavimentos cada
vez mais criteriosos e aprimorados. Entre os diversos tipos de misturas asfálticas, a mistura asfáltica do
tipo Camada Porosa de Atrito (CPA), apresenta algumas características que servem como uma
alternativa para a melhoria funcional de um pavimento. No presente trabalho verificado o
comportamento mecânico e funcional de cinco tipos de misturas de CPA que serão utilizadas em obras
de rodovias federais do Rio Grande do Sul BR 158 e BR 285, confrontando com dados de duas misturas
de Concreto Asfáltico (CA) - (Faixa B e C). Para investigar as propriedades mecânicas foram usados os
ensaios mecânicos Módulo de Resiliência (MR), Resistência a Tração (RT) e o ensaio de Perda de Massa
Cântabro (PM), para avaliar as propriedades funcionais foram usados os ensaios de absorção sonora e
de condutibilidade hidráulica e por fim para avaliar a contribuição estrutural da CPA em pavimentos
flexíveis realizou-se uma análise mecanística. As cinco misturas de CPA foram designadas em CPA1,
CPA2, CPA3, CPA4 (com cal) e CPA5 (com cal) e as misturas de CA designadas em CAB (Faixa B) e
CAC (Faixa C). Nas amostras de CPA e CA determinou-se os parâmetros de densidade juntamente com
as propriedades volumétricas, volume de vazios, relação betume vazio e outras propriedades, sendo
preparadas com ligante CAP 60/85 e CAP 55/75, respectivamente. No ensaio de PM Cântabro observouse,
que um aumento no teor de ligante leva a uma consequente melhoria da resistência ao desgaste. Nos
ensaios de RT constatou-se que há valores de resistência máxima variáveis, nos diferentes teores de
ligantes, nas misturas de CPA. O ensaio de MR demonstrou que a deformabilidade das misturas aumenta
ao passo que a quantidade de ligante aumenta, e consequentemente o valor de MR diminui, ficando claro
que o ligante asfáltico diminui a rigidez das misturas. O aumento da temperatura e redução da frequência
de carregamento aumenta a deformabilidade para todas as misturas por apresentarem um
comportamento termosusceptível. No ensaio de absorção sonora, as cinco misturas de CPA
apresentaram valores de absorção bastante elevado, com variações de valores do pico de absorção entre
0,90 a 0,98, entre a faixa de frequência de 500 a 800 Hz. As misturas de CPA apresentaram valores de
absorção sonora maior que os valores de misturas asfálticas densas encontradas nas literatura. O ensaio
de condutividade hidráulica demonstrou que o teor de asfalto e o volume de vazios influenciam
diretamente no valor do coeficiente de condutividade hidráulica. Com respeito à determinação do teor
de projeto das misturas de CPA, o único teor que satisfez todas as especificações da norma DNER
386/99 foi o teor de ligante de 4%. A mistura de CPA1 apresentou o melhor desempenho mecânico e a
mistura de CPA5 apresentou os melhores resultados no ponto de vista funcional, porém não atingiu bons
resultados no ponto de vista mecânico, apresentando valores limites exigido pela norma DNER-ES-
386/99. Em relação aos valores de deflexão, deformação horizontal de tração e deformação vertical de
compressão, a CPA originou uma pequena contribuição para a estrutura do pavimento gerando uma
pequena diminuição desses parâmetros. Para o N de fadiga, percebeu-se uma pequena contribuição
da CPA nos resultados encontrados de N de fadiga nos pavimento os quais levou-se em
consideração sua utilização.
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