Informatividade na escrita argumentativa de terceiranistas do ensino médio noturno – um trabalho de autogerenciamento pautado pela pesquisa-ação
Resumo
Esta pesquisa, desenvolvida em sala de aula, com uma turma de terceiro ano de Ensino Médio noturno pertencente a uma escola da rede pública estadual de ensino da cidade de Santa Maria, RS, entre os meses de agosto a dezembro de 2015, teve como objetivos: contribuir com o avanço da escrita argumentativa de alunos concluintes do Ensino Médio noturno utilizando o critério de informatividade; promover o autogerenciamento do estudante terceiranista do Ensino Médio noturno, no que consta à produção textual, a partir do emprego do Diário de Produção Textual que se constitui de um jogo que situa o aluno como avaliador no seu processo de escrita; e contribuir com o processo de ensino e aprendizagem de produção textual de caráter argumentativo por meio da pesquisa-ação. Para atingir tais objetivos, o aporte teórico deste estudo se consolida por meio da perspectiva sociointeracionista de ensino, representada por Vygotsky (1991), da Linguística do Texto, principalmente, com Beaugrande e Dressler (1981), Val (1994), Bentes (2008), Marcuschi (2008), Fávero e Koch (2012), Koch (2014) e Koch e Elias (2014), da Ciência da Informação, com os representantes Capurro e Hjorland (2007) e da perspectiva de gêneros textuais de Dolz e Schneuwly (2004). O aporte metodológico se constitui por meio da pesquisa-ação, representada por Thiollent (2011), Carr e Kemis (1988) e Burns (1999). Como recursos docentes, utilizamos o dialogismo problematizador freireano, Freire (2001, 2002, 2007), Freire e Faundez (1985) e Gadotti, Freire e Guimarães (2006) e a proposta de sequência didática de Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004). A partir da triangulação do aporte teórico, metodológico e das dificuldades apresentadas pelos discentes em questão no que diz respeito à escrita argumentativa, construímos as categorias de análise do presente estudo. Tais categorias são pautadas pelos graus de informatividade (baixo, médio, alto), conforme articulação realizada a partir de Beaugrande e Dressler (1981) e Val (1994) quanto aos graus de informatitvidade, de Cunha (2001) no que consta às fontes de informação e de Perelman e Olbrechts-Tyteca (2014) no que atine aos lugares da argumentação. Por meio de tais categorias, dinamizadas e instrumentalizadas no Diário de Produção Textual, os estudantes em questão autogerenciaram seu processo de aprendizagem de produção textual, tanto na etapa de escrita como de reescrita. A análise das produções textuais do sujeito desta pesquisa (S7) revelou que ele promoveu o avanço do grau de informatividade de seus textos. Na primeira produção textual, S7 apresentou grau baixo de informatividade, na última avançou para o grau alto de informatividade. A análise do Diário de Produção Textual revelou que ele se constitui enquanto um instrumento mediador que auxilia o estudante a autogerenciar seu processo de ensino aprendizagem. Portanto, afirmamos que as categorias de análise que propomos contribuem na classificação do grau de informatividade de textos e que o autogerenciamento, favorecido pelo emprego do Diário de Produção Textual, promoveu o avanço do grau de informatividade das produções textuais de e da habilidade argumentativa de S7.
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