Programa escolas interculturais de fronteira: professor sujeito fronteiriço
Resumo
Considerando o fato de que trabalhei como professora formadora no Programa de Escolas Interculturais de Fronteira (PEIF) do Ministério da Educação, que sou fronteiriça, natural da cidade de São Borja - RS e que me interessam as questões relativas à fronteira, esta dissertação tem como objetivo responder à pergunta Quem é esse sujeito fronteiriço? a partir de entrevistas aplicadas a três professoras de escolas participantes do PEIF da cidade de São Borja. Busca-se entender o funcionamento do imaginário desses fronteiriços são-borjenses, a partir do espaço de enunciação (GUIMARÃES, 2005) de onde falam, e apontar em que medida isso pode se relacionar ao seu envolvimento e participação no Programa. Para tanto, primeiramente, fez-se um breve percurso histórico sobre a cidade de São Borja e também sobre o PEIF. O trabalho tem como base teórico-metodológica a Semântica do Acontecimento (GUIMARÃES, 2005) e alguns conceitos da Análise de Discurso (PÊCHEUX, 1975; ORLANDI, 1999). Para a coleta de dados, utilizou-se um roteiro a partir de quatro temas, Fronteira, PEIF, Interculturalidade e Língua, a fim de possibilitar narrativas motivadas. Os discursos foram analisados como cenas enunciativas que foram divididas em sequências enunciativas selecionadas de acordo com os temas do instrumento de coleta de dados, com atenção especial às palavras fronteira, língua, escola e outro. A análise realizada aponta para um conflito entre dois lugares sociais ocupados por esses professores: o lugar social de fronteiriço e o lugar social de educador participante do PEIF.
Coleções
Os arquivos de licença a seguir estão associados a este item: