Perfil dos profissionais da rede de educação especial: descrição da formação e do conjunto de processos e práticas na educação superior
Resumo
No cenário atual, em que muitas Instituições vem garantindo o acesso de estudantes com deficiência através de reserva de cotas, torna-se necessário investigar “quem” (no espaço e atuação que lhe é fornecido) e “como” (processos e práticas), acontece a permanência e conclusão do estudante com deficiência na Educação Superior. Esta pesquisa tem como objetivo analisar o perfil do profissional que atua no grupo de trabalho do núcleo de acessibilidade, frente ao atendimento das necessidades educacionais específicas do estudante com deficiência de uma Instituição Federal de Educação Superior. A pesquisa aconteceu em uma Instituição do Rio Grande do Sul que, até o ano de 2016, optou pela reserva de vagas (cotas) para pessoas com deficiência. De abordagem qualitativa, a pesquisa é delineada como um estudo de caso único, exploratória-descritiva e obtém seus dados por meio de um questionário, uma entrevista e documentos, a fim de contemplar seus objetivos específicos. Na análise dos dados coletados é utilizada a técnica de Análise de Conteúdo (Bardin, 2011), com categorias estabelecidas a priori e outras conforme a análise. A constituir o aporte teórico, utilizam-se os autores da área da Educação e Educação Especial, alguns como Antunes (2014), Perrenoud (2010), Demo (2012), Carvalho (2011), Januzzi (2012) e Rogers (1951; 1961; 1985), bem como a legislação, que constitui, muitas vezes, o contexto educacional existente, e proporciona (re)pensar outros, como a Educação Superior. Conclui-se que em relação à políticas, leis, decretos, não há nada definido especificamente para a inclusão do estudante com deficiência na Educação Superior, local ou tipo de atendimento e profissional para realizar o atendimento. Quanto à equipe do Núcleo de Acessibilidade há três integrantes, dentre eles o Técnico em Assuntos Educacionais que realiza o atendimento desses estudantes, snedo as demandas as mais diversas. Em relação aos serviços, práticas, processos e recursos, muitos foram instituindo-se conforme as necessidades dos estudantes. Quanto a formação deste servidor, percebe-se que ele possui habilidades e competências mais específicas ao atendimento de deficientes intelectuais, contudo, em contínua formação ele desenvolve outras habilidades e competências na área da Educação Especial e conclui-se ainda a importância, principalmente, da empatia, da consideração incondicional positiva, congruência e autenticidade, por parte do profissional para com o estudante, e também da importância de desenvolver todas estas características no atendimento ao estudante. Uma das práticas, também constituída como um serviço, com ideia inicial como a da Educação Básica, mas com reformulações, é o Atendimento Educacional Especializado, que demonstra garantir a permanência de estudantes com deficiência
na Educação Superior. Conclui-se assim, diante de todos resultados, a necessidade de constituir uma equipe com vários profissionais, e dentro dessa um conjunto de profissionais da mesma área, como da Educação Especial, mas com diferentes habilidades e competências. Contudo, ainda se faz necessário investir em políticas, ou regulamentos internos que tratem minimamente do atendimento das necessidades educacionais específicas, e outras orientações para esses estudantes e profissionais nesse contexto, nacionalmente e institucionalmente considerando as especificidades locais.
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