Liderança romantizada: um estudo na Universidade Federal de Santa Maria a partir da Romance of Leadership Scale (RLS)
Resumo
A Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) adota a liderança como norteadora de sua gestão, como explicitam os Planos de Desenvolvimento Institucional 2011-2015 e 2016-2026 e, ainda, como pode ser percebido pela ênfase dada ao programa de formação de gestores mantido pela instituição, o Lidere. No entanto, liderança não é um constructo com definição unânime, tanto em termos teóricos quanto práticos. Assim, a partir dos pressupostos da Liderança Romantizada, conceito proposto por Meindl, Ehrlich e Dukerich (1985), que aponta uma tendência a uma visão idealizada acerca da influência do líder nas organizações, o presente estudo objetiva discutir a existência da romantização da liderança na UFSM. Para isso, o percurso metodológico adotado combina as abordagens quantitativa e qualitativa de caráter exploratório e descritivo. Foram usadas a Romance of Leadership Scale (RLS), de James R. Meindl (1998), conforme publicada por Schyns, Meindl e Croon (2007); e, também, entrevistas semiestruturadas que passaram por Análise de Conteúdo conforme Bardin (2016). Verificou-se que a UFSM mantém uma perspectiva romantizada da liderança, sendo os servidores classificados como romanceadores clássicos: aqueles que tendem a perceber a figura do líder de uma forma heroica e insubstituível. Esse resultado encontrou reflexos nas entrevistas com servidores ligados ao Lidere – as entrevistas demonstraram a preponderância dada ao papel do líder em detrimento de outros elementos que deveriam ser valorizados para a construção do processo de liderança de acordo com perspectivas mais contemporâneas. Além desses resultados, esta pesquisa gerou a tradução para o português da escala RLS. Em relação à estrutura fatorial da escala em português, a análise exploratória indicou a presença de seis fatores.
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