Estudo laboratorial das propriedades mecânicas de misturas com diferentes cimentos asfálticos de petróleo produzidos no Brasil
Resumo
A avaliação do comportamento que diferentes cimentos asfálticos de petróleo (CAP)
conferem às misturas torna-se importante devido à relação direta existente entre a
qualidade do pavimento e o desempenho do ligante. O objetivo desta pesquisa é avaliar
o comportamento mecânico de misturas originadas a partir de seis CAPs que representam
a produção brasileira, produzidos nas refinarias REFAP (RS), REPAR (PR), REGAP
(MG), LUBNOR (CE) e REVAP (SP). Para tal verificou-se, em laboratório, a influência
desses CAPs nas propriedades de dosagem, rigidez, dano por fadiga e deformação
permanente nas misturas asfálticas. Os CAPs usados em pavimentação variam em suas
propriedades e constituição química, pelo fato de serem provenientes de diferentes
petróleos ou misturas de petróleos e de diferentes rotas de produção. Para desenvolver
o conhecimento da influência dos ligantes nas propriedades das misturas asfálticas é
imprescindível conhecer a rigidez da mistura asfáltica quando submetida à diferentes
carregamentos, temperaturas e frequências de carregamento e sua resistência à
deformação permanente e fadiga. As seis misturas asfálticas produzidas a partir de CAPs
diferentes e o mesmo esqueleto pétreo conforme a Faixa C do DNIT, dosadas pela
metodologia Superpave, foram submetidas aos ensaios de: Módulo de Resiliência e
Módulo Complexo para avaliar a rigidez das misturas; Resistência a tração por
compressão diametral, Flow Number (FN) e Fadiga à Tração-Compressão uniaxial para
avaliar o dano. As análises dos resultados de Módulo Complexo foram realizadas pela
modelagem 2S2P1D e os resultados obtidos para as misturas com CAPs 50/70 foram
similares enquanto a mistura com CAP 30/45 se mostrou mais rígida e menos suscetível
à temperatura. Além da abordagem clássica pelas curvas de Wöhler, o S-VECD foi
utilizado como premissa de ensaio e análise dos resultados de fadiga tração-compressão,
onde a supremacia da mistura com CAP 30/45 é notável frente às misturas com CAPs
50/70, que se dispõem em três patamares de resistência sendo a com CAP 50/70 da
REFAP a mais resistente e as menos resistentes foram as misturas de CAP 50/70 da
LUBNOR, REVAP e REGAP. Com relação aos resultados de FN, a mistura com CAP
30/45 suportou maior número de ciclos quando comparada às de CAP 50/70, que
apresentaram entre si diferentes patamares de comportamento sendo as misturas com
CAP 50/70 da REFAP e da REVAP as com maior FN e a mistura com CAP 50/70 da
REPAR com o menor FN. Ficou claro que, sob o ponto de vista da rigidez, todos as
misturas com CAP 50/70 têm comportamentos similares. No entanto, sob o ponto de vista
de dano há diferenças entre as misturas com CAPs 50/70, mostrando que mesmo com
rigidezes similares elas apresentam diferentes comportamentos frente ao dano por fadiga
e por deformação permanente.
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