Marcadores e função dos microrganismos ruminais aderidos a partículas de forragem
Resumo
Na primeira etapa do estudo foi conduzido um experimento in vitro com o objetivo de avaliar a digestibilidade e uso de diferentes marcadores com potencial para estimar a massa microbiana aderida a partículas de forragens in vitro. Os marcadores utilizados foram N15, purinas, fosfato e atividade enzimática. Foi utilizado um delineamento inteiramente casualizado (DIC) em que se testou o efeito de duas forragens (feno de Tifton 85 e Azevém) e quatro valores de pH inicial (5,5; 6,0; 6,5 e 7,0) em um arranjo fatorial 2x4. A digestibilidade in vitro da MS e da FDN aumentaram linearmente e positivamente com o aumento do pH inicial (p<0,05) e foram superiores para o Azevém (p<0,05). Os marcadores fosfato e purinas apresentaram correlação com a digestibilidade das forragens (p<0,05). Na segunda etapa do estudo foram realizados dois experimentos para avaliar o papel de fungos e bactérias ruminais na degradação in vitro de forragens em meios de incubação contendo ou não soluções antimicrobianas: Antibióticos (Ab) – solução contendo uma mistura de três antibióticos; Antifungico (Af); Controle positivo (C+) – solução contendo Ab e Af; Controle negativo (C-) – sem a adição de antimicrobianos. No primeiro experimento foram realizados 3 ensaios in vitro utilizando um DIC em que se testou o efeito de duas forragens (Tifton 85 e azevém) e quatro meios de incubação em um arranjo fatorial 2x4. As variáveis avaliadas foram a digestibilidade; grau de aderência microbiana a partículas e atividade enzimática no resíduo de forragens incubadas durante 24 horas. No segundo experimento foram realizados 3 ensaios in vitro gás utilizado um DIC em um arranjo fatorial 2 x 4 x 8, avaliando 2 forragens, quatro meios de incubação e 8 tempos (3, 6, 9, 12, 24, 36, 48 e 72 horas de incubação). Os resultados do primeiro experimento indicaram interação entre tipo de forragem e meio de incubação para a degradabilidade da MS e da FDN (p<0,05). Em relação ao meio de incubação C-, tanto o C+ quanto o meio com adição de Ab apresentaram redução na degradabilidade da MS, da FDN, na atividade da xilanase e nas concentrações de fosfato (p<0,05). A adição de Af no meio de incubação não afetou nenhuma das variáveis quando comparadas ao meio C-. No segundo experimento, para a variável volume de gás foi observada interação entre forragem x meio de incubação x tempo (p<0,05). O volume de gás acumulado nas duas espécies de forragem nos meios C- e Af apresentaram médias similares e superiores em relação aos meios Ab e C+ (p<0,05), no entanto para o feno de Tifton a partir de 24 horas de incubação o meio Ab apresentou médias superiores ao meio C+ (p<0,05). Os resultados indicam que fosfato e purinas podem ser utilizados como marcadores de aderência microbiana a partículas de forragem. No tempo fixo de 24 horas de incubação as bactérias foram determinantes na degradação das forragens. Em 72 horas de incubação as bactérias permaneceram desempenhando o papel mais importante na degradação das forragens, sua eficiência pode ser aumentada através da atividade dos fungos.
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