A gestão educacional e seus efeitos de sentido sobre as políticas linguísticas
Resumo
Esta monografia apresenta um estudo sobre dois momentos da gestão educacional e a sua relação com as políticas linguísticas: o período do Estado Novo (1937 a 1945) e o momento atual, a partir da Constituição de 1988. A partir destes contextos, esta pesquisa problematiza a relação entre modelos de gestão educacional e as políticas linguísticas em diferentes contextos históricos e, mais especificamente, as implicações do modelo de gestão educacional no período do Estado Novo e do atual modelo de gestão educacional, pautado nos princípios democráticos, frente às políticas linguísticas para a educação básica. Os objetivos foram o de analisar as implicações entre os diferentes modelos de gestão educacional no âmbito das políticas linguísticas para a educação básica; compreender como se deu a interdição linguística no período do Estado Novo e sua relação com o modelo de gestão educacional vigente e identificar de que forma o modelo de gestão educacional pautado na gestão democrática poderia contribuir na valorização das políticas linguísticas no âmbito escolar. Para tal estudo, opta-se, metodologicamente, pelas pesquisas bibliográfica e empírica, tendo como campo de pesquisa uma comunidade de descendentes de imigrantes alemães e os efeitos de sentido das políticas linguísticas, através da escola, nos períodos históricos priorizados neste estudo. Com isso, identificou-se que a gestão educacional produz efeitos de sentido sobre as políticas linguísticas. A gestão no Estado Novo materializa a interdição da língua dos descendentes de alemães, através da proibição do seu uso nos espaços de enunciação e promove a língua portuguesa, pois é a língua oficial, a língua que constitui a maioria dos brasileiros. No atual cenário educacional, a gestão democrática viabiliza o ensino de línguas estrangeiras, deixando a cargo da escola a escolha da língua mais adequada frente à realidade local. No entanto, observou-se que, na prática, a gestão escolar adota como língua estrangeira ora o inglês, ora a língua alemã padrão, em detrimento da língua da comunidade local. A escola, nesse sentido, reproduz uma cultura dominante e silencia a língua local.
Coleções
- Gestão Educacional - EaD [982]
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