Análise do desempenho competitivo da agroindústria processadora de soja no Rio Grande do Sul
Resumo
O objetivo da presente dissertação foi analisar o desempenho competitivo do segmento de processamento de soja no Rio Grande do Sul. Neste sentido, analisou-se a estrutura de mercado do Complexo Soja (grão, farelo e óleo) no Brasil e no mundo, identificou-se os determinantes da competitividade da agroindústria gaúcha e estratificou-se as empresas com base em suas percepções sobre os determinantes da competitividade. O referencial teórico utilizado contemplou as contribuições sobre o Modelo de Competitividade Sistêmica, que abrange atributos que estão além do ambiente interno da empresa, pois relaciona os elementos das políticas macroeconômicas, governança, organização industrial e a gestão da cadeia produtiva no processo de formação e manutenção da capacidade competitiva das empresas. Os procedimentos empregados para atender aos objetivos da pesquisa contemplam a coleta de dados primário, realizada através de questionários semiestruturados, com questões fechadas e abertas, derivadas de categorias consideradas relevantes pela teoria da competitividade sistêmica. As técnicas empregadas para o tratamento dos dados foram a Regressão Linear Simples, medidas de tendência central e de dispersão, e análise de agrupamentos (AA). Também foram calculados indicadores para sumarizar as respostas dos questionários aplicados para gestores das nove agroindústrias pesquisadas. A amostra das empresas pesquisadas representa 50% do total de empresas ativas no Rio Grande do Sul e é composta por organizações que atuam em mercado internacional, nacional e regional. Os resultados revelaram que o segmento de processamento da soja é formado por empresas de médio e grande porte. Os investimentos das processadoras nos últimos cinco anos foram concentrados em inovações, gestão empresarial e variáveis vinculada ao processo produtivo. Identificou-se que a infraestrutura e logística de transporte foi considerada importante para o desempenho competitivo da agroindústria. As estratégias competitivas utilizadas pelas empresas estão baseadas, principalmente, na busca por maiores volumes de produção e capacidade instalada, ou seja, em ganhos de escala. Também, a análise permitiu concluir que os fatores que fundamentam a atuação competitiva das empresas estão baseados na estrutura produtiva e na gestão empresarial, com destaque para as deficiências decorrentes da inoperância das políticas públicas, principalmente em relação às questões de natureza logística e de política comercial. As empresas mais competitivas foram as que apresentam maior capacidade instalada e quantidades produzidas, pois possuem ganhos de escala. As percepções das empresas pesquisadas sobre a importância que os níveis analíticos da Teoria da Competitividade Sistêmica exercem sobre o ambiente competitivo, demostrou que a adoção de inovações, pelas empresas, foi uma estratégia utilizada para aumentar a produtividade. Essas medidas possibilitaram que as empresas mantivessem suas participações de mercado, com o principal produto exportado, que é a soja em grãos e em quantidades menores o farelo e o óleo de soja. Verificou-se que as empresas que estão inseridas no mercado global do complexo soja são competitivas. Contudo, a ampliação de mercado para os segmentos de farelo e óleo também está condicionada às questões de natureza tarifárias (barreiras comerciais). Neste sentido, o Modelo da Competitividade Sistêmica permitiu analisar a competitividade das empresas processadoras de soja no Rio Grande do Sul e concluir que o maior desafio para ampliação das atividades das mesmas reside na dificuldade de acesso a novos mercados para o farelo e óleo.
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